terça-feira, 19 de outubro de 2021

o CABRA VIROU UM PEBA!!! DE QUEM É A FRASE??

 Hoje liguei para o Augusto Ribeiro da Silva Neto, o filho mais velho do Tio Antônio e que trabalha no INSS e, na conversa ele disse: aqui no INSS, no meu setor, trabalha comigo uma prima nossa e você não a conhece, ela é prima por aproximação, haja vista que não corre em suas veias o sangue dos Ribeiros. Ela é prima sanguínea da Maria, esposa do EduardoRibeiro, este sim, primo sanguíneo dos Ribeiro.

E na conversa veio a tona o nome do Seo Zezé. E por isso estou fazendo esta postagem. Seo Zezé era um sergipano que foi parar no São Lourenço nos anos 1970. Ele era casado com a Dona Santa com a qual  teve 24 filhos. Nem todos estavam vivos  quando da chegada desta família ao São Lourenço. Mas os que acompanharam o casal, somavam mais de uma dúzia, dentre eles, a Maria José que acabou casando-se com o Eduardo, e assim, tornou-se nossa prima.

Sobre o Seo Zezé  o que tenho a dizer é que falava alto e gesticulando muito. Me lembro da frase que ele usava para descrever alguém que na estrada ou no campo desaparecia rapidamente do seu ângulo de visão: " O Cabra virou um Peba". Pra quem não sabe o PEBA é uma espécie de Tatu, e no mato cava muito rápido um  buraco e desaparece rapidamente e, se a pessoa não for rápida, não consegue capturá-lo. 

o Seo Zezé utilizava bastante esta frase para descrever o trânsito no atual rodovia BR-163, no trecho que liga Dourados a Caarapó, rodovia que na década de 1970 não existia e era denominada de Reta. Então o Seo Zezé dizia: o fulano encontramos com ele na reta, mas ele desapareceu,"virou um peba". Eis uma das peculariedades no linguajar sergipano, oriúndo da região e no tempo em que o Seo Zezé viveu em Sergipe.

Outra curiosidade, de dois dos seus filhos, o Antônio Sergipano e o Bernardo, quando colhiam a produção de arroz, compravam bicicletas Monark, Zero Kilômetro em Dourados. Detalhe: as bicicletas eram adquiridas com todos os acessórios existentes: espelho, retrovisor, dìnamo, farol, buzina, almofada, capa de celindro, macarrão para limpar os raios, bucha para limpar os cubos, sinaleiro (pisca-pisca), almofada pra garupa, pé para manter as bicicletas de pé. Nos dias de folga, finais de semana e feriados, eles ficavam desfilando na região com as suas bicicletas fazendo inveja aos demais e também visando atrair os olhares e atenção das moças.

O Brasil havia dado início ao final da década de 1950 a indústria de bens de consumo: carros,eletrodomésticos, bicicletas e móveis. Não havia crediário, logo para os camponeses, era muito difícil, por vezes impossível ter uma bicicleta, ainda que usada. Por tudo isso, imaginem parentes, o quanto eles faziam sucesso e desfilavam orgulhosos e "cheios de si" de serem detentores de bicicletas zero km. No ano seguinte, eles se desfaziam se desfaziam destas bicicletas e compravam outras do ano, a exemplo dos dias atuias, em que muitas pessoas querem sempre ter um carro do ano.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

ESCOLINHA DE SÃO LOURENÇO, TEMPOS DIFÍCEIS, PORÉM, CONFESSO, SINTO SAUDADES.

 


Esta foto que deve ser o registro ocorrido no início da década de 1970, provavelmente alguma solenidade. Naqueles tempos, em que imperava o regime militar, os alunos eram colocados em posição de sentido, antes do início das aulas. Depois o professor dava um voz de comando de cobrir e os alunos estendiam o braço e colocava a ponta dos dedos sobre o ombro do aluno que estava postado a sua frente, tendo que aguardar o comando do professor de pode baixar o braço.

Deduzo que neste dia ocorreu uma solenidade por dois motivos, a saber: a foto, haja vista que, naqueles tempos de recursos escassos, o registro com fotos só ocorria em momentos solenes, muito importantes mesmo, haja vista ser muito caro; e o fato de alunas e alunos estarem vestidos com camisas ou blusas brancas; em relação aos sapatos e calças ou saias, nem pensar em exigir que viessem uniformizados, naqueles tempos financeiramente tão difíceis para os camponeses, se tal exigência fosse feita, certamente as famílias não teriam condições de colocar as crianças para estudarem na Escolinha Rural Mista de São Lourenço.

A primeira aluna à esquerda, acredito que seja a Marluce, a  nossa querida prima.

Todavia, se alguém com uma memória melhor do que a minha quiser se manifestar, me comprometo a reescrever a postagem, visando ser o mais fiel possível ao  que esta foto realmente registrou.

Assim era o lavrador

Nos anos 1960, 1970 e 1980, quem exercia as atividades agrícolas era denominado de lavrador. Naquele período quase todas as atividades agríc...