Queridos parentes, aqui dou testemunho de uma experiência pessoal, sobre as comemorações das festas natalinas e de final do ano, no passado - décadas de 1960 e 1970, experiência que vivi no São Lourenço - e na atualidade - estas experiências, as vivencio como homem urbano.
Mentalmente, numa viagem ao passado, me recordei de um dia, não me lembro exatamente o ano, todavia posso afirmar que tal registro se verificou ao final da década de 1960 ou no inicio da década de 1970, num lugar, claro, denominado de São Lourenço.
Lembro-me, como se fosse hoje (15 de Dezembro de 2024), o meu pai juntamente Comigo e o Alberto fomos a Casa do Tio José, exatamente no dia 25 de dezembro, dia de natal, oportunidade em que o Tio José, Família e parentes da Tia Sinhá, residentes no Paraná, estavam reunidos, estes últimos passando o final de ano na casa do Tio José.
Quando lá chegamos, eles estavam num almoço, típico de natal. A conversa rolava solta e muito alegre. Então indaguei o meu pai, sobre a explicação para aquele ambiente festivo e comemorativo. O meu pai, respondeu: é que hoje é dia de natal, eles estão comemorando. Confesso que até aquele momento, eu não associava dia de natal com almoços comemorativos.
Naquele período histórico, não havia as propagandas com objetivos comerciais, como na atualidade, sobre datas comemorativas: Dia das Mães, Dia dos Pais, Semana da Páscoa, Dia de Natal e Festejos de Final de Ano, dentre outras. Por dois motivos, o Brasil ainda era um País rural, e energia elétrica, não estava massificada como atualmente, embora, em pleno Século XXI, a energia elétrica, ainda não esteja universalizada no Brasil; acrescento ainda que o Brasil não era o que podemos denominar de uma sociedade regida pela lógica consumista.
Em sendo assim, não havia o apelo na mesma dimensão que existe atualmente, qual seja, que as pessoas comprem presentes e a realizemcomemorações natalinas e de festejos de final de ano, como ocorre na atualidade. Não era possível ficar o tempo todo com o rádio - tv nem pensar - ligados, portanto, ser bombardeado pela propaganda alusiva ao natal era impossível.
Portanto, eu ignorava, igualmente a tantos outras crianças residentes no São Lourenço que, as comemorações natalinas e festejos de final de ano, existissem. Confesso que fiquei perplexo.
Este registro eu o faço para que as gerações mais novas, saibam um pouco da caminhada histórica brasileira. Após, a década de 1980, com o Brasil já urbanizado e regido pela lógica consumista, mesmo uma criança, por volta dos dois anos de idade, não fica mais indiferente a tais datas, em virtude do bombardeio midiático que o comércio faz para que as pessoas comemorem, presenteiem parentes e amigos, e aumente o faturamento, evidentemente, deles, os comerciantes.
Porém, observo que até os anos 1970, a propaganda com cunho consumista era muito tímida, pouco apelo consumista nestas datas; uma outra realidade que perdurou dos anos 1980 até mais ou menos 2015, de execução de músicas natalinas junto aos veículos de comunicação e lojas, recorrendo intensamente às músicas natalinas, visando sensibilizar o consumidor e cultuando o consumismo; e outra mudança adotada por volta de 2015 pra cá, qual seja, não se verifica mais a execução tão intensamente das músicas natalinas, como outrotra. Existem propagandas e apelos ao consumismo, porém, valendo-se de outros procedimentos.
Em síntese, cada período histórico, se apresenta com suas características. A nós, cabe compreender este dinamismo. E saber que cada uma delas tem os seus encantos e suas contradições.
Almoço natalino, na Casa do Tio Celso. Aqui eu já sabia que no dia de natal, as comemorações eram feitas. |
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