Dia desses, o primo Manoel Renato postou no grupo de WhatsApp da Família Ribeiro que o meu pai (Epifânio Ribeiro) depois da morte, em um espaço de tempo de um ano, de 02 filhos e a esposa, ficou muito desgostoso e foi tomado de profunda melancolia e ingressou num estágio depressivo.
O que o primo afirma é verdadeiro. Epifânio Ribeiro passou a ser desleixado com vestimentas, calçados e desprezava a vida social. E digo mais, o estágio de depressão o levou ao consumo relativamente intenso de aguardente (na época as pingas Tatuzinho, Katira e Três Fazendas). Tornou-se descrente e muito pessimista com o que a vida deveria reservar para si e filhos.
Afirmo que se não fôssemos uma família rural, o quadro depressivo de Epifânio Ribeiro teria sido pior. Em São Lourenço, residiam Os pais de Epifânio Ribeiro (Augusto e Pulcina), os irmãos (Antonio, Ildefonso, José, Celso, Antônia). E os encontros eram, por assim dizer, diários, a maioria das vezes na casa de Augusto e Pulcina. A convivência e a solidariedade familiar e de outros camponeses amigos da Família com destaque para as Famílias Lopes, Barcelos, Costa e a Família de minha Mãe, Izaura Ribeiro - a esposa então falecida Epifânio Ribeiro - se constituiram numa espécie de freio ao quadro depressivo de Epifânio Ribeiro. Não fosse esta solidariedade as coisas teriam sido piores.
Testemunho aqui que em meados da década de 1980, o Alberto - um dos filhos de Epifânio -, pagou antecipadamente o reimplante de dois dentes de Epifânio Ribeiro, No entanto ele se recusou a fazer tais implantes, sob a alegação de que ele tinha personalidade e não precisava de realizar tais tratamentos.
Portanto, decorridos mais de 20 anos e tendo constituído uma nova família (esposa e filhos), ainda assim, Epifânio Ribeiro com reações desta natureza revelou não ter se superado plenamente as "pancadas da vida".
No entanto, justiça seja feita, numa espécie de compensação, os irmãos e sobrinhos, nutriam por Epifânio Ribeiro um grande carinho e apreço - pelos quais, na condição de filho agradeço -, pois este apego famíliar possibilitou a Epifânio Ribeiro ter a sua passagem aqui na Terra, apesar dos percalços, se caracterizado por realizá-la com muita dígnidade. Agradeço, talvez tardiamente, aos integrantes da Família Ribeiro (Pai, Mãe, Irmãos, Sobrinhos) bem como das Famílias Lopes, Oliveira e Costa por toda solidariedade, apoio material e espiritual a Epifânio e por extensão, a nós, os filhos. E para encerrar, ele ficava radiante de felicidade quando recebia a visita de pessoas deste grupo acima citado.