Assisti atentamente, agora pela segunda vez, a entrevista que o Tio João concedeu, a nossa grande repórter, Suli Ribeiro - aliás, prima porque não tentar uma nova profissão?Kkkkk!!!! - e, me pus a pensar sobre o conteúdo da fala do Tio.
Em sua narrativa, o Tio Jõao, acredito que no Ângulo ou na Flórida, ou nos dois lugares, afirma que era uma pobreza medonha (utilizo aqui o termo nordestino). Ao ouvir esta afirmação, fiz uma viagem de volta ao passado, cerca de 50 anos atrás, recordando uma fala do saudoso primo, Edson Daniel, o qual, fizera uma visita juntamente com o Ribeiro ao Tio João, no período citado, e, posteriormente, em narrativa feita ao meu pai (Epifânio Ribeiro), o Edson Daniel fez uma fala que corrobora tudo o que o Tio João afirma no vídeo, qual seja, a pobreza do lugar.
Em sua narrativa o Edson Daniel, dissera ao meu pai que as pessoas iam até o comércio, e ao invés de comprarem uma caixa de fósforo, compravam 03, 04 ,05...palitos; cigarro, ao invés de um maço, compravam 02, 03, 04.... cigarros, porque, não tinham dinheiro para comprarem a caixa ou o maço.
Na narrativa do Tio João, é possível perceber que, se ele não fosse muito controlado, austero mesmo - uma característica da Família Ribeiro, especialmente nos mais antigos -, teria chegado a indigência. Diante do relato do Tio João, pude compreender melhor - corrija-me Suli, se estiver errado -, porque vocês visitaram poucas vezes os Ribeiros em São Lourenço. O que não era muito diferente da nossa realidade, haja vista que uma crise econômica se fez sentir no Brasil, a partir de 1973, a grande crise do Petróleo, e se agravou muito na década de 1980, "A Década Perdida".
Tio João, fala no vídeo que tinha um "dinheirinho" e o colocou a juro, e graças a este juro tocou a vida e manteve a prole, claro que com a ajuda da Tia Fani, que trabalhava como professora.
Me pus a pensar e me lembrei que na década de 1980, a inflação era muito alta, tanto é que, se a gente fosse ao mercado de manhã e não comprasse uma determinada mercadoria e voltasse a tarde, o preço já tinha sido reajustado; as empresas atrasavam, cerca de 02 ou 03 dias, às vezes, uma semana o pagamento dos salários de seus funcionários e, graças a este expediente, depositavam no banco o dinheiro a juro, ganhando uma boa grana. Claro que o funcionário era o grande injustiçado e ficava no prejuízo.
Aos Ribeiros mais novos, estes relatos é muito importante porque nos permite compreender um pouco das dificuldades dos nossos ancestrais para terem chegado até aqui e, felizmente, nos oportunizaram uma vida menos penosa.
A finalidade deste blog é resgatar a história da Família Ribeiro no período vivido em São Lourenço, Município de Caarapó(MS). Todos, parentes ou não, conhecedores de histórias, estórias e fatos relacionados ao São Lourenço e aos Ribeiros podem contribuir para este resgate.
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