O Seo Epifânio Ribeiro, um contador de histórias e estórias, que, nós, os Ribeiros,no São Lourenço, que lá nascemos ou que lá moramos entre os anos 1960 e 1970, tivemos o privilégio de ouvi-lo contá-las.
Epifânio Ribeiro era uma pessoa que leu muitos jornais, romances, livros de história, economia e literatura de cordel; que ouvia muito rádio e apreciava muito o cinema, dotado, diga-se de passagem, de uma memória fantástica, inúmeras vezes, contava histórias e estórias para filhos e sobrinhos.
O interessante é que ele memorizava integralmente os textos lidos, especialmente, os poemas e os contava, reproduzindo-os integralmente e com uma entonação semelhante a de poetas e artistas, o que tornava as suas histórias contadas mais atraentes. Um contador e tanto de histórias. Lembrando que morávamos, então em um sertão, sem energia elétrica, sem acesso a bibliotecas, onde inexistia televisão, um contador de história, ainda mais tão qualificado como Epifânio Ribeiro, é algo que nos marcou muito e fez do Seo Epifânio, uma pessoa muito querida pelos sobrinhos e crianças.
Me lembro de algumas das histórias que ele contava e aqui enumero algumas delas:
De cordel: Cancão de Fogo, Pedro Malasarte, Cangaço, Princesa da Perna Fina;
Romances: 50 Anos Depois, Nosso Lar, Os Miseráveis;
Filmes: me lembro que ele fazia muitas referências aos relacionados ao Tarzan, Os Dez Mandamentos, Sansão e Dalila;
Contribuiu, portanto, a meu ver para o apreço à cultura, a leitura, as artes, para as então, crianças naquela quadra histórica.
Para finalizar, eu incontáveis vezes, acompanhado do meu mano, o Alberto, praticamente, todas as noites dormíamos, embalados pelas histórias contadas por Epifânio, atendendo a nosso pedido, histórias inúmeras vezes repetidas, mas nem por isso, menos atraente para mim e para o Mano.
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