Hoje visitei o Tio Antônio. Quem estava cuidando dele era a enfermeira Bruna. Começamos a prosear, eu e a Bruna. Durante parte desta conversa o Tio Antônio estava dormindo, todavia, do meio para o fim, o Tio acordou e ouviu atentamente a história, e uma vez depois de acordado, manteve-se com olhos bastante arregalados e fixados em mim, até porque eu estava fazendo uma narrativa de como era a vida em São Lourenço, história que o Tio, foi um dos principais protagonistas.
Por outro lado, a Bruna se mostrou muito interessada já que a minha narrativa permitiu a ela ter uma ideia de como era dura a vida dos camponeses em São Lourenço, dentre eles a do Tio e dos integrantes da Família Ribeiro. Ela passou a ter a compreensão do porque de haver tanto apego dos sobrinhos ao Tio Antônio.
Expliquei a ela que esta difícil vida, teve o seu lado bom, porque sedimentou uma relação de muita solidariedade e cumplicidade entre os camponeses. E a maneira como a narrativa fluiu criou uma energia muita positiva, a qual aliás, penso que pôs os neurônios do Tio para funcionar melhor, o que explica o porquê dele estar tão interessado, envolvido mesmo na narrativa, ainda que não consiga falar, os seus olhos diziam o quanto estava alegre.
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