segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

FAMÍLIA RIBEIRO MUDOU O SEU PERFIL

A Família Ribeiro, nas décadas de 1950, 1960, 1970, compreendendo o casal Augusto Ribeiro e Pulcina Ferreira, a maioria dos  filhos, se caracterizava por ser  agricultora, exceto João e Maria. E todos eram agricultores, no São Lourenço, exceção feita a Edson que, inicialmente se instalou  no São Lourenço, tendo sido, um dos primeiros  a se juntar ao casal Augusto e Pulcina, porém, pouco tempo depois, se mudou para Vila Brasil (atualmente Fátima do Sul).
Acredito que Edson Ribeiro ficou tão pouco tempo em São Lourenço pelo fato de ter conseguido um lote em Vila Brasil, e por ter avaliado que esta era mais promissora do que o São Lourenço.
Por conta desta decisão, Edson Ribeiro se juntou às 10.000 famílias assentadas na Colônia Agrícola Nacional de Dourados. É oportuno lembrar que a Vila Brasil, neste período, era um distrito de Dourados.
Neste ponto da narrativa, aproveito pra fazer uma observação, decorrente de uma conversa que tive, no dia de hoje com o Augusto Daniel, sobre uma postagem anterior feita por mim, neste blog em que afirmei que a Família Ribeiro, liderada pelo casal Augusto Ribeiro e Pulcina Ferreira, veio para o Mato Grosso, inicialmente em Itaporã e, depois para o São Lourenço, pelo fato de na década de 1950, o governo federal ter adotado políticas públicas estimuladoras e direcionadoras do fluxo migratórios de centenas de milhares de brasileiros, especialmente, os nordestinos para o oeste brasileiro. Sendo o Mato Grosso, um dos Estados escolhidos para receber esta leva de migrantes, dentre eles e a maioria, de nordestinos. 
Augusto Daniel colocou que além do estímulo governamental, entende que Augusto Ribeiro e família vieram para o Mato Grosso, também porque, antes deles, alguns parentes (como Antônio Ferreira) e amigos que tinham no Nordeste, já tinham vindo para o Estado de Mato Grosso. Sendo assim, ponderou Augusto Daniel, além da questão econômica e política, pesou também na decisão da Família Ribeiro, o desejo de se juntar aos amigos e parentes aqui já instalados.
Sou da opinião que os dois fatores se somaram e o resto da história é consequência. 
Aproveito esta postagem para observar que, surpreendentemente, uma família que nas décadas de 1950, 1960 e 1970, a  maioria dos seus membros era constituída de lavradores, atualmente, se dá o contrário, praticamente ninguém é mais agricultor. Podemos dizer que apenas o Manoel Renato é agricultor, aliás é proprietário de uma fazenda no município de Caracol (MS) e,  tangencialmente, a Leocádia (popular Leia), agrônoma efetiva do Instituto de Defesa Agropecuária (IAGRO). A Leocádia não é exatamente uma agricultora, mas sim uma agrônoma e técnica que presta serviço aos agricultores, por isso, utilizei a expressão tangencialmente.  
E aqui, assumo uma posição simultaneamente de protesto e analítica, ao dizer que, isto se deu porque, as políticas agrícolas adotadas pelos governantes para o setor agropecuário, no período descrito, especialmente a partir dos anos 1970, buscava expulsar o pequeno agricultor do campo e forçá-lo a vir para a cidade e se oferecer como mão de obra nas indústrias ou empresas. No caso de Dourados, mão de obra a disposição das empresas, para onde migrou a maioria dos camponeses instalados em São Lourenço, dentre eles, os integrantes da Família Ribeiro. 
Conclusão: a Família Ribeiro deu uma virada radical, passando da condição de família com perfil camponês e  agricultora para a de uma família urbana e, em sua maioria, incorporada ao setor terciário. 
Observação: este é um ponto de vista pessoal. Desde já, informo que àqueles que tem uma percepção diferente da exposta nesta postagem, poderão se assim o desejarem produzir textos, comentários, contrapondo totalmente ou parcialmente, o ponto de vista por  mim manifestado. Eu na condição de moderador deste blog, me proponho a postar as opiniões, sejam elas convergentes ou divergentes

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