sexta-feira, 31 de julho de 2020

O DRAMA DAS VACAS ATOLADAS

Estava aqui observando a foto desta vaca atolada, não estou me referindo a um tipo de prato e sim a uma vaca literalmente atolada, e imagens de 50 anos atrás me vieram a memória, de um lugar muito especial pra mim, o São Lourenço, onde passei maus e bons momentos, mas extremamente significativos.
Pois bem, vamos ao que interessa. Lá em São Lourenço cultivávamos o arroz de várzea, os camponeses utilizavam o termo pururuca e não várzea. Áreas que por vezes se apresentavam inundadas, obrigando os camponeses drená-las para cultivá-las. A drenagem se dava abrindo- se valetas, as quais davam vazão a água.
Nestas áreas eram comuns os olhos d´água (nascentes),nas quais, desavisadamente, muitas vacas, por vezes,  entraram e atolaram-se nas ditas nascentes. Para tirá-las, um sufoco, já que não havia corpo de bombeiros, caminhão guincho. Muitas vezes quando os camponeses davam conta da vaca atolada já havia passado um dia ou mais. Recorria-se ao método mais bruto, porém, possível, envolver a vaca com uma corda e puxá-la. eEm alguns casos, isto era feito por vários homens, em alguns casos com o velho e famoso trator Fâmulus. Quando a vaca estava atolada há pouco tempo, uma simples movimentação provocada da mesma, era o suficiente para que ela conseguisse sair andando e tudo ficava bem. Mas houve, não poucos casos, que a vaca estava atolada há vários dias, portanto entrevada, logo  tirá-la só arrastando, claro que isso as machucava. 


terça-feira, 21 de julho de 2020

NOSTALGIA E AUTOCRÍTICA

Estou aqui, pensando com os meus botões, lembrando de como se comportavam as famílias camponesas no São Lourenço, e estou me referindo não só aos Ribeiros, mais aos Costas, aos Lopes, Oliveiras, Ferreiras, Ricardos e outras. 
A vida era dura, porém, éramos mais solidários, nos visitávamos mais, tínhamos mais tempo para conviver uns com os outros. Hoje, na perspectiva econômica a situação é melhor, porém, em termos solidários de cumplicidade, retrocedemos e muito. Somos, inclusive, a própria Familia Ribeiro e agregados, estranhos. 
Estamos sempre sem tempo, sempre com pressa. Pressa para quê? Quem sabe para morrer mais rápido? 
Em tempo de tanta tecnologia de comunicação (telefone, celular, internet, televisão, rodovias e por aí vai) estamos ficando cada vez mais distantes, cada mais incomunicáveis, individualistas aos extremos.

domingo, 19 de julho de 2020

EU SOU DO TEMPO QUE TERRENO ERA DENOMINADO DE DATA

Hoje fiz uma viagem de volta ao passado, pra ser mais exato, nos tempos de minha infância, vividas no São Lourenço, e me lembrei de que as pessoas quando compravam um lote ou terreno, em Dourados, Caarapó ou Nova América, diziam: "comprei uma data". Hoje este termo está totalmente em desuso.

Assim era o lavrador

Nos anos 1960, 1970 e 1980, quem exercia as atividades agrícolas era denominado de lavrador. Naquele período quase todas as atividades agríc...