domingo, 30 de maio de 2021

EDILSON DANIEL, O FININHO, UMA PESSOA MUITO ESPECIAL


Edilson Daniel, não me lembro mais, se no final dos anos 1960 ou início dos anos 1970,  trabalhou na Auto Elétrica Brasil, sediada na cidade de Dourados, e tornou-se muito amigo do Dono desta Auto Elétrica, o Zezinho. Aliás, esta Auto Elética, ainda existe. Edilson Daniel tornou-se um grande eletricista de automóveis. Também acabou por entender  bastante de mecânica de veículos automotores. Decorrido algum tempo voltou para o São Lourenço e juntou-se aos demais membros da Família Daniel na atividade de lavrar a terra. Registre-se que por um determinado período, a Família Daniel, destacou-se em São Lourenço nas atividades agrícolas e, contando com uma área muito pequena de terra, cerca  de cinco alqueires, aventuraram-se em arrendar terras aqui em Dourados, sendo muito bem sucedidos. Passaram a ser referência no período para os demais camponeses, e desfrutavam de muito prestígio junto aos comerciantes  de produtos agrícolas, especialmente dos donos de máquina de arroz, já que o principal produto que cultivavam era o arroz. Na carteira agrícola do Brasil, o Edson Daniel tinha muito trânsito.

Pois bem, o Edilson Daniel quando trabalhou na Auto Elétrica Brasil, devido a sua baixa estatura e por ser bem magrinho, foi apelidado de Fininho, tendo retornado ao São Lourenço depois desta estada em Dourados, passou a ser o responsável pela assistência mecânica e elétrica dada a frota de veículos (camionete, trator, trilhadeira) adquiridos pela Família Daniel. E, de quebra, também acabava estendendo esta assistência para veículos possuídos por alguns membros da Família Ribeiro e demais camponeses residentes em São Lourenço.

Interessante que ele quando ia dar a manutenção aos veículos, vestia um macacão adequado, ficando, sem dúvida, devidamente caracterizado. Era muito bom no ofício de eletricista e mecânico, porém, tinha uma paciência de Jó, eu diria que chegava a ser estressante. Todavia, sempre estava bem humorado, e a exemplo do pai  (de Miguel Daniel) era pródigo em contar causos e aventuras que teve. Me lembro de uma frase  recorrente ao Edilson que de vez em sempre, ele utilizava, quando alguém fazia uma narrativa de algo muito difícil de ser realizado ou concretizado. Eis a frase: “Só JC para dar jeito”, isto é, Jesus Cristo; e quando a narrativa se dava sobre algo impossível de fazer, ele dizia: “nem JC poderia resolver”.

Infelizmente, o Edilson Daniel faleceu muito novo, ano de 1982, vítima de um acidente em Dourados, quando pilotava uma moto.

sábado, 1 de maio de 2021

O TOINHO, O ÚLTIMO DOS RIBEIROS A LECIONAR NA ESCOLINHA DE SÃO LOURENÇO


Leocádia e Maria Sinhá (falecida)

Toinho e a sua esposa, a Simone.


Em 1982, Antônio Ribeiro da Silva Filho – popular Toinho -, por conta do Tio Ildefonso Ribeiro ter ido morar em Nova América e Maria Sinhá ter se aposentado, foi contratado pela Prefeitura Municipal de Caarapó para lecionar na Escola Rural Mista de São Lourenço.

Toinho lecionou no período matutino, simultaneamente para as turmas de 1º, 2º, 3º e 4º anos. Embora englobando quatro turmas, contava com apenas 20 alunos. Tal esvaziamento foi consequência do elevado êxodo rural verificado em São Lourenço.

Toinho fez o curso de magistério na Escola Menodora Fialho de Figueiredo, sediada em Dourados, portanto, habilitado para lecionar para turmas de 1ª e 4ª séries. Em São Lourenço durante o tempo que lecionou na Escola Rural Mista de São Lourenço, ficou hospedado na Casa do Tio José a quem no período vespertino ajudava tirando leite das vacas, tratando dos bichos (galinhas e porcos). Aos sábados vinha para Dourados e aos domingos, a tardezinha, retornava para São Lourenço. Para tanto tomava o ônibus da Empresa Maringá, o qual fazia o Itinerário de Dourados até o Estado do Paraná, passando antes por Nova América, Distrito de Caarapó. Em Nova América, o Toinho descia e fazia o trajeto à pé até chegar ao São Lourenço, um percurso aproximado de 13 km.

Apesar de todo este sacrifício, Toinho confessou sentir saudades do carinho demonstrado pelas crianças. Delas recebeu inúmeros presentes: laranja, melancia, ovos de galinha, etc. Aliás, os camponeses pelo fato de não receberem, via de regra, salários, tinham e tem como costume presentear as pessoas que prezam, especialmente, os professores, com o que produzem no campo.

Toinho  pois fim ao ciclo de professores, membros da Família Ribeiro que lecionaram na saudosa e gloriosa Escola Rural Mista de São Lourenço (foto).


A referida escolinha, atualmente, encontra-se nesta situação


Assim era o lavrador

Nos anos 1960, 1970 e 1980, quem exercia as atividades agrícolas era denominado de lavrador. Naquele período quase todas as atividades agríc...