quarta-feira, 17 de abril de 2024

Sobre as luzes que apareciam à noite no São Lourenço

Nesta postagem a pergunta que faço é: será que aquelas luzes que apareciam durante todas às noites no São Lourenço, continuam aparecendo? 
Quem sabe a Léia que até recentemente trabalhava no Iagro e frequentemente supervisionava aquela região, tenha alguma coisa para dizer, caso tenha permanecido em algum momento, alguma noite por aquelas bandas, ou em conversas que possa ter tido com os atuais proprietários ou empregados dos mesmos, durante suas visitas, tenha alguma coisa para nos revelar.
Se estas luzes continuam a aparecer, a pergunta é:  como os atuais moradores ou trabalhadores de lá reagem diante de tais fenômenos? Será que reagem com a mesma perplexidade dos que lá viveram no século passado? 
Lembrando que até os anos 1970, o Brasil tinha sua população morando majoritariamente na zona rural, portanto, portadoras de muitas crendices e explicações para o que não entendiam, atribuídas a fatores sobrenaturais. 
Nos anos 1960, 1970 e 1980, de forma especial, o aparecimento destas luzes, à noite e somente à noite, eram explicadas apelando-se para crendices e histórias de tesouros  e dinheiro por lá enterrados, sendo que muitas pessoas teriam morrido, sem desenterrá-los, isto é, não os utilizaram e partiram para o além sem deixarem revelado para alguém da família ou amigo a localização onde os mesmos estariam enterrados, e por conta disso,  ao morrerem suas almas ficaram presas e a espera de alguém para encontrá-los e libertá-las estes tesouros, e assim libertá-las do suplício; outras apresentavam com explicação a  energia liberada por algum mineral e que produziam luminosidade durante a noite.
Atualmente o São Lourenço está bem diferente, é totalmente despovoado, as lavouras de subsistência deram lugar para a monocultura da cana ou criação de boi; tem energia elétrica e, não menos importante, os proprietários de tais terras ou os trabalhadores na atualidade, não são portadores das mesmas crendices dos outrora moradores de São Lourenço. A urbanização tornou as pessoas menos crentes em fatos sobrenaturais.
Na Família Ribeiro, eu me lembro que o Eduardo era muito místico, aliás o que mais dava crédito a estas crendices; este primo fazia narrativas corroborando as explicações acima apresentadas, complementadas com os seguintes argumentos de que durante a Guerra do Paraguai, inúmeras famílias enterraram dinheiro e tesouros, para que não fosse apropriadas pelos paraguaios; outra possível razão é de que no século passado, especialmente em sua primeira metade, não era comum as pessoas depositarem em bancos suas economias, e muitos, acabavam por enterrar dinheiro e até ouro.
O Eduardo em suas narrativas, extremamente estarrecedoras dizia que as almas penadas procuravam as pessoas, as quais teriam que desenterrar tais tesouros à noite, e serem submetidas  a situações de deixar de cabelo arrepiado quem se dispusesse a tal empreitada. Quando estivessem cavando, poderiam surgir serpentes, abelhas, estrondos, gemidos, ouvir tiros, coisas estarrecedoras mesmos, e de arrepiar os cabelos. Ou seja, somente pessoas totalmente destemidas lograriam êxito em encontrar algo que tivesse entrerrado.
Histórias que ouvi serem contadas  no São Lourenço. 

quarta-feira, 10 de abril de 2024

A CURTA ESTADA DO PRETO NO SÃO LOURENÇO

 

Quero nesta postagem relatar um pouco do que sei sobre a curta estada do Preto em São Lourenço Me lembro muito bem que o Preto, já rapaz, saiu de Nova América e foi morar na Casa do Tio Miguel e Tia Antônia, trabalhando na lida da lavoura (capinagem, plantio,colheita da produção agrícola)  para a Família Daniel.

O Preto também, neste período, jogou na equipe da futebol de adultos do São Lourenço, ou seja, conseguiu se integrar bastante a Família Ribeiro no São Lourenço, bem como junto aos demais camponeses. No entanto, foi  o Ribeiro, o primo com o qual, a integração do Preto se deu mais intensamente, pelo fato de estarem na mesma faixa etária e terem os mesmo gostos, em resumo, uma sintonia perfeita.

Me lembro também que ele adorava visitar o meu pai, depois que  saiu do São Lourenço, e nestas visitas, as conversas se estendiam por horas e horas e, o meu pai gostava e acolhia muito bem o Preto. Se a memória não estiver me traindo – me corrijam quem se lembrar, se estiver errado, nesta afirmação – que o 1º casamento do Preto e do Ribeiro, foram feitos no mesmo dia, e numa mesma solenidade. 

Da Família Edson Ribeiro, depois que o Tio Edson saiu do São Lourenço para ser assentado em um sítio em Fátima do Sul, até onde eu sei, os filhos deles que moraram em São Lourenço foram somente o Eduardo e o Preto. Os demais, lá foram e por diversas vezes, apenas a passeio e em período de férias, os quais, voltavam para Nova América muito contrariados, não é Josefa Hélia?

EdsonRibeiro, o Preto e Filhas,.


terça-feira, 9 de abril de 2024

ASSIM ERA O CARLOS ROBERTO (JACÓ).

 

Em 1976 fui morar em Campo Grande (MS), tentar uma profissionalização como radiotécnico, havia feito este curso por correspondência pelo famoso e conceituado Instituto Universal Brasileiro. O Zé  Carlos, atendendo a uma solitacação do meu pai conseguiu que eu fizesse uma experiência na oficina do Antônio, um uruguaio. Todavia, eu não fui bem sucedido.

Diante disso já estava em Campo Grande, e, o Zé Carlos me convidou para trabalhar na Serralheria Gradelar de propriedade da Família Moraes e eu fui, onde fiquei até maio de 1978, quando fui prestar o serviço militar obrigatório na 9ª Companhia de Guardas. Me tornei um meio oficial em serralheria.

Mas o que quero narrar aqui é sobre o primo, Carlos Roberto (Jacó- apelido), haja vista que morei com Família Ribeiro/Moraes, e o Jacó, um dos filhos da Tia Maria e  fã “barbaridade” do Cantor Benito de Paula. Ele tinha uma daquelas radiolas feitas com moldura de madeira nobre, e todos os discos do Benito de Paula, ele comprava. Trabalhando na Gradelar, era comum fragá-lo simultaneamente trabalhando e cantando algumas das músicas interpretadas pelo Benito de Paula. E fazia questão de comentar sobre o seu ídolo musical preferido. Por vezes, convidava a gente, nos finais de semana para músicas do Benito di Paula.

Além disso o Jacó era muito habilidoso no futebol, driblava muito bem. Joguei muitas vezes na mesma equipe dele e contra ele e era um desafio grande jogar contra ele. E o mais difícil é que depois do jogo,ele lembrava das boas jogadas dele e tirava um sarro daqueles de quem, porventura,tivesse sido vítima de suas jogadas. 

Uma pena que o primo, apesar de toda a sua energia para jogar e curtir música, acabou algum tempo depois, cometendo suicídio. Mas, posso assegurar, passei momentos muito bons ao lado do Jacó.

domingo, 7 de abril de 2024

Assim era, assim é o Renato, um Exímio Negociador!

 Vou aqui descrever uma característica do meu primo, amigo e camarada, Manoel Renato, ou simplesmente Renato, um santista convicto, muito bom para parlamentar, diplomático, eu diria que dos filhos do Tio José, é o que mais herdou a habilidade do Tio para dialogar, negociar, inclusive e principalmente, em situações muito adversas. Talvez por isto tenha enveredado pelo campo da advocacia.

 
Eu e o Manoel Renato, 
não no São Lourenço e 
não Mais adolescentes.Kkk


E para não ficar apenas na retórica, cito fatos dos quais fui testemunha ocular. Exemplos:

- no velho, sofrido e saudoso São Lourenço, quando nos tornamos adolescentes, passamos a fazer brincadeiras tais como: "Passar Anel" e "Cai no Poço" e outras brincadeiras do gênero, as quais para acontecerem precisavam contar com a presença de meninos e meninas. Coisas de adolescentes, mesmo;

Pois bem aí que a "porca torcia o rabo". Imaginem vocês, nos anos 1960 e 1970, num sertão - condição do São Lourenço -, sob uma ditadura militar, o quanto as famílias eram extremamente conservadoras, naturalmente, o desafio era negociar com os pais das meninas para que concordassem que suas filhas participassem de brincadeiras que se realizavam com a participação de meninos e meninas. 

Quem se prestava a conversar com os pais das meninas?, O Renato. Por vezes, a negociação demorava um pouco, mas quase sempre, o Renato conseguia êxito em seus pleitos. Quando o Renato veio estudar, em Dourados e fazer o curso ginasial, logo, permanecia menos tempo em São Lourenço, estas brincadeiras se tornaram mais raras porque não tínhamos o Renato para negociar, Estas brincadeiras eram realizadas, invariavelmente  à noite.

Meu amigo, irmão e camarada Renato, me desculpe entregá-lo aqui no grupo, mas o faço, exatamente para evidenciar a sua capacidade argumentativa e de negociar. 

Assim era o lavrador

Nos anos 1960, 1970 e 1980, quem exercia as atividades agrícolas era denominado de lavrador. Naquele período quase todas as atividades agríc...