Vou aqui descrever uma característica do meu primo, amigo e camarada, Manoel Renato, ou simplesmente Renato, um santista convicto, muito bom para parlamentar, diplomático, eu diria que dos filhos do Tio José, é o que mais herdou a habilidade do Tio para dialogar, negociar, inclusive e principalmente, em situações muito adversas. Talvez por isto tenha enveredado pelo campo da advocacia.
E para não ficar apenas na retórica, cito fatos dos quais fui testemunha ocular. Exemplos:
- no velho, sofrido e saudoso São Lourenço, quando nos tornamos adolescentes, passamos a fazer brincadeiras tais como: "Passar Anel" e "Cai no Poço" e outras brincadeiras do gênero, as quais para acontecerem precisavam contar com a presença de meninos e meninas. Coisas de adolescentes, mesmo;
Pois bem aí que a "porca torcia o rabo". Imaginem vocês, nos anos 1960 e 1970, num sertão - condição do São Lourenço -, sob uma ditadura militar, o quanto as famílias eram extremamente conservadoras, naturalmente, o desafio era negociar com os pais das meninas para que concordassem que suas filhas participassem de brincadeiras que se realizavam com a participação de meninos e meninas.
Quem se prestava a conversar com os pais das meninas?, O Renato. Por vezes, a negociação demorava um pouco, mas quase sempre, o Renato conseguia êxito em seus pleitos. Quando o Renato veio estudar, em Dourados e fazer o curso ginasial, logo, permanecia menos tempo em São Lourenço, estas brincadeiras se tornaram mais raras porque não tínhamos o Renato para negociar, Estas brincadeiras eram realizadas, invariavelmente à noite.
Meu amigo, irmão e camarada Renato, me desculpe entregá-lo aqui no grupo, mas o faço, exatamente para evidenciar a sua capacidade argumentativa e de negociar.
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