Até a década 1970, quando a maior parte da população brasileira e em Dourados e Região, estava no campo; quando o Brasil não era ainda uma sociedade de consumo; quando os produtos eram, via de regra, fabricados para durarem muito tempo, muitos deles, por décadas; quando não havia felizmente, a indústria que estimulava a produção descartável; quando, inclusive, o camponês não comprava os produtos que necessitava, quase sempre, ele mesmo os fabricava, alguém que quebrasse um copo, uma xícara ou outro objeto qualquer, ouvia um senhor sermão (bronca).
Diferente dos dias atuais em que, a indústria já fabrica os produtos para durarem menos tempo e não terem conserto. Uma televisão, computador ou um produto qualquer, atualmente, quando apresentam defeitos, não compensa consertá-los. Sai muito mais barato comprar outro, claro que ambientalmente falando, "o barato sai caro", já que, a retirada dos recursos naturais se dá em ritmo mais intenso e este modelo econômico é insustentável.
Em São Lourenço, algumas surras, os filhos de inúmeras famílias levaram por conta de danos provocados aos raros equipamentos comprados pelos país. Naqueles tempos, o camponês fazia a sua cama, em verdade, muitos deles,o faziam tarimbas; fazia bancos rústicos; copos e xícaras eram feitos com os recipientes de extrato de tomate ou litros de óleo comestíve, depois de consumidos os respectivos conteúdos. Para tanto, era muito comum as famílias terem um pé de ferro, comprar arrebite para colocar asas nestas latinhas e transformá-las em xícaras e canecas. Havia camponês na região de Dourados, que fazia estes utensílios e os vendia em Dourados, em frente ao Bar Douradense e o Bar Tókio por exemplo. Nestes locais onde os camponeses tomavam o ônibus ou caronas pra voltarem para suas casas, era o local adequado para comercializar estes utensílios; as roupas, as camponesas, as faziam. Aliás, o camponês quanto era agraciado com boas colheitas, vinha até a cidade comprava pano ou tecido de grandes dimensões (grandes peças de tecidos- denominada pelos camponeses, de fazenda).
Uma vez comprado os tecidos, uma camponesa costureira se encarregava de fazer camisas,calções e vestidos. Um dos problemas era que normalmente as pessoas possuíam roupas feitas com o mesmo tecido, mesma estampa, a única variação que podia ser feita, era quanto ao modelo da roupa, em verdade, havia uma uniformidade no vestuário dos camponeses.
Me lembro que o meu Pai e o Tio Dé, em algum momento - diga-se de passagem, raros, já que tinham rendimentos baixos - vinham a Dourados e compravam estas ditas fazendas para presentear alguns sobrinhos ou sobrinhas. Acho que os demais tios devem ter feito isso também, todavia, não me recordo.
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