segunda-feira, 12 de julho de 2021

O ARROZ SOCADO, UM PROCESSO TRABALHOSO

 No São Lourenço,  o principal produto agrícola produzido pela Família Ribeiro era o arroz. O arroz que consumíamos em nossa alimentação era produzido por nós, mesmos e o excedente, claro, comercializávamos.

Todavia,  por vezes,  o arroz que consumíamos, nós o limpávamos, recorrendo ao velho  e tradicional pilão. Me lembro que e e o Alberto, não poucas vezes, tivemos que socar o arroz. Só que tínhamos uma diga-se de passagem, uma preguiça medonha, para recorrer a uma terminologia nordestina.

Depois que o Tio Edson comprou uma máquina de arroz, a qual foi instalada em Nova América, nós e os demais Ribeiros, bem como diversos camponeses, levávamos o arroz colhido e em estado natural até a máquina do Tio Edson, na qual, o mesmo era  beneficiado. Lembrando que pagamento pelos serviços prestados pelo Tio, não era feito em dinheiro, mas retendo uma parte do próprio arroz beneficiado, isto é, o arroz limpo. Lembrando que o arroz não ficava totalmente limpo como o arroz que compramos atualmente nos mercados. Um percentual elevado de arroz permanecia com  casca, e a estes grãos, dávamos o nome de marinheiro.

Anos mais  tarde, Edson Daniel adquiriu uma máquina de arroz e a instalou no próprio São Lourenço, e, enquanto esteve em funcionamento, nós levávamos o arroz para ser limpo em sua máquina. Aí não precisamos, mesmo que, esporadicamente de recorrer ao pilão.

Detalhe: por uma ironia do destino as duas máquinas mencionadas, nesta postagem, pertenceram aos Edsons: Edson Ribeiro e Edson Daniel. O destino dos Edsons, não tenho dúvida, era o de serem proprietários de máquinas de arroz.

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