sábado, 23 de julho de 2022

MIGUEL DANIEL, A ONÇA!

     Posto aqui relato feito pelo primo Eduardo sobre uma presepada do Tio Miguel Daniel, o qual, num determinado dia, que pode ter sido ao final da década de 1950 ou início da década de 1960 - o primo não consegue precisar - estava juntamente com os membros da Família Ribeiro e Agregados, sob a forma de mutirão fazendo uma derrubada, a qual, naquele período histórico era feito utilizando machados. Não havia  os motosserras.

Coube a Eduardo e ao Edilson Daniel - este último, filho de Miguel Daniel - levaren o almoço para a turma do mutirão. Eduardo e Edilson, importante lembrar, eram crianças e ao longo do percurso, Eduardo que estava descalço teve o pé estrepado - lasca de madeira que entrou em seu pé -, e, em sendo assim, o Edilson teve que levar sozinho a boia do pessoal. 

Porém, ao chegar ao local onde estavam os trabalhadores, eles perguntaram pelo Eduardo, e o Edilson informou que o primo, havia machucado o pé e que não conseguiu chegar. Ouvindo este relato, o Tio Miguel, disse:

- Deixa comigo e, vocês verão que o Eduardo já-já chega aqui. Ato contínuo subiu em uma árvore e começou a imitar uma onça. Neste período era muito comum onças no São Lourenço. O Eduardo ao ouvir estes miados, saiu correndo, totalmente transtornado e rapidamente chegou até estavam todos. Segundo ele chegou muito mal, tamanho era o pavor que dele tomou conta.

E, segundo ele, até o Tio Miguel ficou preocupado com a brincadeira. Mas uma coisa é certa, sob o signo do medo, o ser humano se supera. Rsrsrs.

domingo, 17 de julho de 2022

UM TEMPO EM QUE ERA POSSÍVEL LAÇAR UM VEADO

 Nesta semana visitei o primo Eduardo e, como sempre acontece,  conversa vai, conversa vem, eis que fizemos uma viagem de volta ao passado, mais precisamente ao São Lourenço dos Ribeiros, décadas de 1950 e 1960, e sobre este período, o Eduardo, aliás um dos netos de Augusto Ribeiro e de Pulcina Ferreira, relatou que,  o seu pai Edson Ribeiro, o primeiro filho do casal a mudar-se para o São Lourenço, em meados da década de 1950, e em sendo assim, o Eduardo é a testemunha ocular mais antiga e viva da Família Ribeiro que  presenciou os desafios e a realidade do São Lourenço na referida década.

Segundo Eduardo, Augusto Ribeiro comprou algumas vaquinhas, diga-se de passagem,  vacas que não eram de raças nobres, magrinhas, e as colocou no pasto. Naquele período o São Lourenço era um sertão e, os animais silvestres muito mansos, inclusive, os veados. pastavam  junto  às  vacas e, mesmo diante da aproximação de humanos, continuavam a pastar tranquilamente e que por conta disso, em alguns momentos, os camponeses se aproximavam tanto dos mesmos que era possível laçá-los, abatê-los e comê-los com uma desejada e apreciada mistura.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

DONA PULCINA, FIRME, CORAJOSA E UMA LIDERANÇA.

Pulcina Ferreira,  grande
 liderança sobre a Família Ribeiro

 Ontem visitei o nosso querido primo, Eduardo Ribeiro, que diga-se de passagem, está bem doente, uma combinação de várias doenças: diabetes, problemas cardíacos e pulmonares. Mas ainda assim, conversamos bastante, e, conversa vai, conversa vem!!! e, eis que o Primo, narrou uma história verídica, qual seja, a ida, acredito que no início da década de 1960, de alguém da Família Fulgêncio,  feita até o São Lourenço, pra ser mais preciso, à casa de Augusto Ribeiro e Pulcina Ferreira, aliás,  não  propriamente uma visita, mas sim, pra comunicar ao casal e família de que das terras compradas pelo casal Augusto Ribeiro e Pulcina Ferreira de Gilberto Carvalho, haviam terras excedentes e não escrituradas e que, estas terras excedentes, eles da Família Fulgêncio iriam tomar.

No entanto, tais terras já estavam  sendo exploradas pela Família Ribeiro e em sendo assim, segundo o Eduardo, neste desagradável encontro que ocorreu, provavelmente, em um domingo, haja vista que os homens da Família Ribeiro estavam jogando. Porém, mesmo estando sozinha, a vovó, ao saber do porque daquela visita estar sendo feita, respondeu para o interlocutor que  deveria desistir de tais intenções, haja vista que em não agindo assim, o tempo ia fechar e que não entregaria de volta terra nenhuma. E o interlocutor, embora muito contrariado bateu em retirada. Percebera que Pulcina Ferreira era uma mulher firme e muito corajosa e que a vovó não era de curvar-se tão facilmente.

Neste período histórico, problemas envolvendo a propriedade de terras aqui na região da Grande Dourados eram frequentes. E que alguns integrantes da Família Fulgêncio, de acordo com histórias e histórias contadas, aproveitando-se deste contexto, adonaram-se de muitas terras, porém, em relação as terras da Família Ribeiro,  não lograram êxito. 

Sobre a vovó, para arrematar, o primo Eduardo, afirmou se tratar de uma mulher dotada de muita firmeza, coragem e liderança, e graças a ser tão ponta firme, se constituiu numa espécie de porto seguro da família Ribeiro e famílias agregadas.

terça-feira, 5 de julho de 2022

A PRIMEIRA CASA DOS RIBEIROS EM SÃO LOURENÇO ERA UM RANCHO

 

Em conversa que tive com o Augusto Daniel, semana passada, ele me relatou que o Edmilson, um dos seus irmãos, comentou que a  casa, na qual, o casal Augusto Ribeiro e Pulcina Ferreira, quando instalaram-se no saudoso e inesquecível, São Lourenço, moraram, no ano de 1954, não é aquela residência que todos nós nos acostumamos e nos afeiçoamos a ela. Segundo, o Edmilson, este casal acompanhado de seus filhos (Epifânio, Ildefonso e não sei se, o Tio Edson), moraram, primeiramente, em um rancho, antes habitado pelo seu Juvenal, o irmão do folclórico, Seo Nefi, este último senhor, aqui no grupo, na semana passada, o assunto nosso. 

O Rancho pelo relato do Augusto, acredito que distaria, se ainda existissem, ele e a residência posterior do casal, Augusto e Pulcina, um do outro, cerca de 400 a 500 metros, sendo que o rancho localizava-se nas proximidades de um brejo.

A casa com a qual, todos nós, nos acostumamos e nos familiarizamos, e na qual,  alguns dos netos de Augusto como Eu, o Alberto e o Eduardo moramos, por termos ficados órfãos de mãe, ainda muito crianças, ainda em conformidade com o relato feito pelo Augusto, foi construída pelo Tio Edson, que  era carpinteiro, portanto, coube a ele fazer a casa dos nossos avós.

A casa diga-se de passagem era espaçosa, dispunha 03 quartos, uma sala de visitas bem grande, uma cozinha também bem grande, e uma outra dependência que era utilizada como armazém de mercadorias que o vovô estocava e que fornecia para arrendantários e filhos, quase sempre, para pagarem no período das colheitas e por fim um alpendre. Posteriormente, esta casa foi aumentada, haja vista que, o vovô comprou um trator, um caminhão e uma camioneta, não os comprou ao mesmo tempo, por isso, pode guardá-los, todos nesta garagem; também construiu uma outra dependência bem grande, uma tuia para guardar a produção agrícola.

Edmilson Daniel, eis o "Cara".

Observação: eu quando ouvia a vovó dizer “vou me sentar no alpendre”, ou  quando ela dizia “vá lá no alpendre, Enio”, não sei explicar o porquê, mas esta palavra  para mim sempre tinha um significado mágico, encantador mesmo. Mas deixa pra lá...quem sabe em outra postagem,  eu possa entender o porquê desta minha impressão. 


Da esquerda para direita: Eunice Daniel,
Maria Alecrim (Lia) e o Augusto Daniel,

Assim era o lavrador

Nos anos 1960, 1970 e 1980, quem exercia as atividades agrícolas era denominado de lavrador. Naquele período quase todas as atividades agríc...