sábado, 29 de abril de 2023

A ESCOLINHA DE SÃO LOURENÇO, FEZ HISTÓRIA E DEIXOU SAUDADES!!!

A Escola Rural Mista de São Lourenço, sediada em São Lourenço, Município de Caarapó(MS),  atualmente em ruínas (vide foto anexa), uma Escola que nos anos 1970, no inesquecível São Lourenço que,  a exemplo de que ocorria em todo o Brasil, foi atingido duramente pelo  êxodo rural, fenômeno que obrigou cerca de 80% de todas as famílias camponesas lá residentes a migrarem, especialmente para a cidade de Dourados, ainda nos duros anos de chumbo (ditadura militar), também na década de 1970.

Os camponeses ao chegarem em Dourado,  percorriam a cidade visitando as empresas aqui estabelecidas em busca de emprego. Felizmente, segundo relato do Francisco Barcelos, o Chicão (foto anexa), o conceito desfrutado pela escolinha de São Lourenço era muito bom. Os empresários ao serem informados de que o candidato a uma vaga estudara na Escola Rural Mista de São Lourenço, o contratavam de imediato, comprovando assim o trabalho de excelência realizado por Maria Sinhá e Ildefonso Ribeiro . Lembrando que no estágio terminal da Escola Rural Mista de São Lourenço, Antônio Ribeiro da Silva Filho (Toinho - foto anexa) foi professor nesta Mesma. O Toinho um dos filhos do Tio Antônio Ribeiro.


o Toinho (Antônio Ribeiro Filho), o
primeiro à  Esquerda.

Não só junto as empresas, mas também àqueles ex-alunos da Escolinha que continuaram os seus estudos (curso ginasial - 5ª a 8ª séries), nos anos 1970, quase todos na Escola Estadual Presidente Vargas, figuraram entre os melhores.

Me lembro do orgulho de Pulcina Ferreira, a Matriarca da Familia Ribeiro, orgulhosamente nas conversas feitas, praticamente todos os domingos, depois que as pessoas saiam do Centro Espírita Allan Kardec e se dirigiam até seu casa, na qual a conversava rolava solta, Pulcina aproveitava para, vez ou outra, relatar o bom desempenho dos alunos da dita escolinha, por uma razão simples e compreensível, Maria Sinhá, sua nora e Ildefonso Ribeiro, seu filho, e dentre os alunos bem sucedidos, figuravam grande parte dos seus netos.

O que tenho a dizer é que não devemos ficar de olho no retrovisor procurando voltar ao passado, mas em alguns momentos, a gente desconsidera essa orientação e me flagro relembrando os anos que vivemos em São Lourenço, anos muito difíceis, de penúria, muito sofrimento, porém, marcantes e inesquecíveis.

 

Francisco Barcelos (Chicão), 



A Escola Rural Mista de São Lourenço,
a versão melhor e mais 
moderna de suas instalações


Escola Rural Mista de São Lourenço, atualmente (RUÍNAS)

 

domingo, 23 de abril de 2023

HOMENAGEM AO SAUDOSO TIO ILDEFONSO.

 Posto esta foto como uma forma de homenagear ao Tio Dé (Ildefonso), o nosso inesquecível professor, na Escolinha Rural Mista de São Lourenço, ao longo de quase três décadas (1956 até meados dos anos 1970) e para nos homenagear.

Tio Dé que faleceu em 2008, e foi sepultado no Jazigo da Academia Douradense de Letras, do  qual ele é um dos fundadores e tendo sido também um dos presidentes da mesma. 





Nesta foto aparecem os Tios Dé e Maria Senhora, e os seus filhos Ilton e Solange, os dois nascidos em São Lourenço. Esta foto é um registro em São Lourenço. Tem um terceiro filho dos Tios, o Marcelo, o qual não está,  nesta foto, e se não estou enganado, não nasceu no São Lourenço.

sexta-feira, 14 de abril de 2023

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: qual o modelo de Jardineira foi utilizado ou os dois foram utilizados?

 Olá Marina, prima querida! Minha cabeça está  à mil rotações por minuto, depois que você colocou a foto do modelo de Jardineira, que no início dos anos 1960, fazia a linha entre Dourados-Caarapó e, acredito que também para outras cidades do Paraná. São fatos tão distantes no tempo, e como o registro, fotográfico nem sempre era possível , apelamos para a memória. Mas essa, de vez em quando, apronta! Mais deixa pra lá.

Eu me lembro do meu pai, tios e demais camponeses de e no São Lourenço, falarem frequentemente da Jardineira. Eu ainda era muito criança, acredito que com cerca de 05 a 06 anos de idade, sendo assim, me lembro vagamente de que num determinado dia, fui com o meu pai até Nova América e  fiquei na casa do Tio Edson, e eis que eu estava sentado voltado para a Rua Argentina, na época a rua Principal de Nova América, a qual,  passava em frente a Casa do Tio Edson, e eis que vi, a tão falada e folclórica Jardineira passar. Se a memória não me traiu, ela não tinha carroceria, porém, sou obrigado a confessar, não tenho certeza.

Mais de uma coisa eu me lembro, sem medo de errar, realmente, ela transportava passageiros e mercadorias: arroz, açucar, porco, galinha e outras coisas mas. Me parece que tinha dois bagageiros, um embaixo, que nos ônibus atuais, se destinam para a colocação das  as malas dos passageiros e também tinha um bagageiro na parte superior da Jardineira. 

E que, realmente não era todo dia que ela circulava. Tinha os dias da semana pré-determinados. Mas estava sempre cheia, e, costumava atrasar, porque não o trajeto percorrido não era asfaltado, era simplemente uma estrada. Era estrada de chão. E em dias de chuva, os veículos, inclusive, a jardineira, atolavam e atrasavam.

Me lembro que os camponeses se referiam a esta estrada, atualmente Rodovia 163, denominando-a de"a reta". E mais: muitas vezes os camponeses vinham à pé até a dita reta para embarcar nesta famosa e folclórica jardineira.

Mas,creia Prima, na minha imaginação o formato da jardineira era semelhante a foto que coloquei. Agora se você me apertar e perguntar: se eu tenho certeza e que não estou enganado, até o dia que você postou aquela foto, eu ñão tinha dúvidas, mas agora, eu tenho. Pode ser que tenha transitado, em momentos diferentes, os dois modelos. Mas vou deixar a palavra com os demais Ribeiros!

Marina coloquei os dois modelos de Jardineira. Até o dia da tua postagem eu teimava que era o modelo de cima! Mas agora, eu estou numa grande dúvida (Kkkkk)


sábado, 8 de abril de 2023

LURDINHA e Luis Carlos, FUNDADORES DO CENTRO ESPÍRITA LUZ E PAZ, CHICO XAVIER (CARACOL-MS)

 

o 
O processo que culminou com a criação da Casa Espírita Luz e Paz, Chico Xavier, no município de Caracol, em entrevista que fiz a a Lurdinha (2017), ela revelou que tudo se deve ao fato de há cerca de 13 anos , o Luís Carlos foi trabalhar naquele município em uma fazenda pertencente ao seu irmão, o Manoel Renato Ribeiro.

 

Lá chegando, ela e Luís Carlos imediatamente se puseram a procurar uma casa espírita naquela cidade.  Infelizmente, não existia nenhuma casa espírita naquele município. Alguma atividade espírita, quando acontecia, era na residência de algum morador.

 

Nesta procura, Lurdinha encontrou uma moradora em Caracol, que lhe relatou que tivera um sonho, no qual, encontrara-se com Chico Xavier, e neste sonho, este lhe mostrara uma casa existente em Caracol, na qual deveria funcionar a primeira casa espírita do município. E as surpresas não pararam por aí, pois, a moradora acrescentou que no referido sonho, a dirigente desta casa, tinha as características físicas e  personalidade semelhantes às dela, isto é, a Lurdinha.

 

Ao tomar conhecimento deste sonho, Lurdinha pensou consigo mesma, que o seu desafio já estava definido, qual seja, o de  procurar um local para sediar a primeira casa espírita em Caracol. Depois de alguns dias de procura, Luís Carlos e Lurdinha, se depararam com uma casa, semelhante à descrita no sonho da referida moradora, assim sendo, não perderam tempo e fundaram a Casa Espírita Luz e Paz Chico Xavier, em Caracol, da qual, ela se tornou a sua 1ª presidente, função que ocupa até hoje.

 

Lurdinha e Luís Carlos são responsáveis pela evangelização nas casas espíritas sediadas em Dourados, Douradina, Caracol, Glória de Dourados e Coronel Sapucaia. Para darem conta dessas atividades, Lurdinha participa frequentemente e constantemente de formações sobre evangelização, promovidas pela União Regional Espírita, com o intuito de estar sempre qualificada para o desempenho desta função.

 

 Luís Carlos e Lurdinha, não escondem a grande satisfação que experimentam, tendo em vista que os seus quatro filhos, Humberto Luiz, Eder Lucas, Carla Cristina e Carlos Henrique, são todos, sem exceção, espíritas. O casal assegura que não houve imposição na opção religiosa dos filhos. Naturalmente, acompanhando-os no dia a dia, nas atividades que desempenhavam acabaram por se identificar com o espiritismo. Moral da história: toda a família participa do movimento espírita, o que torna este trabalho muito mais prazeroso e gratificante, arrematou o casal.

 

Aqui em Dourados, Lurdinha e Luís Carlos se responsabilizavam por uma ação evangelizadora no conjunto habitacional Estrela Porã, sempre aos domingos, a qual é complementada com a distribuição de um sopão para cerca de 130 pessoas.

 

Observação: como este depoimento foi feito em 2017, provavelmente, algumas informações estão desatualizadas, naturalmente, eu estou aberto para atualizá-las. 

 

 


sexta-feira, 7 de abril de 2023

UMA DAS SEMANAS SANTAS

 A Semana Santa, no São Lourenço, anos 1960 e 1970, não era tão festejada como atualmente. Por dois motivos, naquela quadra histórica, o Brasil, ainda não era uma sociedade de consumo. Era um país predominante rural; e a Família Ribeiro, em sua maioria simpatizante ou pertencente ao Espiritismo Kardecista, comemorava discretamente a passagem da data. Não havendo o apelo comercial que hoje é feito na Semana Santa, a data passava quase que totalmente despercebida.

Porém,  em alguns anos, n ão sei porque "cargas d`´agua",a data era um pouco mais curtida. Me lembro que num determinado ano, por exemplo, Eu, o Alberto e o Renato, na Quinta Feira Santa, ficamos enrolando até chegar a meia noite. Durante uma parte do tempo ficamos jogando bingo. No entanto ao invés de dizer "vamos jogar bingo, dizíamos vamos jogar tomba. Até hoje não sei o porquê deste nome. Quem sabe o Renato, tenha a resposta.

Depois, fomos até o campo de futebol que existia nas proximidades da Casa do Tio José e ficamos a conversar até que a meia noite chegasse. E a conversa se deu sobre histórias e  relatos misteriosos, crendices e lendas existentes sobre esta data.

Relatos de que quem desrespeitasse a data poderia ser castigado se tornando, por exemplo, lobisomen, ser vítima de algum acontecimentos trágicos ou presenciar algo sobrenatural profundamente aterrorizador. Aquelas histórias relatadas  em uma noite bem escura, em meio a natureza, com todos os animais de hábito noturno em atividade, era a combinação ideal para nos deixar, em alguma medida, assustados. Mas, ainda assim, rolaram histórias e mais histórias, até que o cansaço nos vencesse e fôssemos dormir.

EUDARDO E O DOMINGOS

Já o Eduardo e o Domingos, este último, um trabalhador contratado pelo

 Edson Daniel, os dois,  adultos, em uma determinada sexta feira, confeccionaram um Judas e o colocaram na casa de Seo Marcílio, um senhor que tinha algumas filhas moças e muito bonitas, dentre elas, a Mercedes. Com o Judas deixaram uma carta pedindo a Mercedes em namoro.

No outro dia, me lembro deles, comentando felizmente as presepadas aprontadas. Ficavam imaginando a reação do Seo Marcílio.



domingo, 2 de abril de 2023

UMA BOA MISTURA: CASAMENTO, ESPIRITISMO E FAMÍLIA RIBEIRO

Luís Carlos Ribeiro da Silva (Luisão) e Maria de Lourdes da Silva (popular Lurdinha)  aderiram ao espiritismo kardecista na década de 1960, quando  moravam em São Lourenço e frequentavam o Centro Espírita Allan Kardec. Luís Carlos tornou-se espírita em 1961 e Maria de Lourdes a partir de 1965.

Lurdinha relatou que se tornou uma espírita kardecista inicialmente contrariando sua mãe (Geralda Costa Ribeiro), então uma católica que tinha muito medo do espiritismo. Os  primeiros contatos de Lurdinha com esta religião se deram no Centro Espírita Allan Kardec, evidentemente, sem que a sua mãe soubesse, quando fora    estudar e morar em São Lourenço com a sua irmã Anita,  próxima a Escola Rural Mista de São Lourenço. 

Anita, fazia pouco tempo que casara-se com António Costa, um espírita kardecista. Aliás, o fato de António Costa ser um espírita, causou, alguns problemas de relacionamento com a Dona Geralda – mãe de Lurdinha. Lurdinha relatou que António Costa, quando ainda estava namorando Anita, foi interpelado por Dona Geralda que queria saber como ficariam as coisas ao casar-se com a sua filha? A resposta de António Costa foi a de que amava muito a sua filha, porém, não renunciaria ao espiritismo, mas assumia o compromisso de que não   obrigaria Anita,  a ser uma espírita. 

O desfecho desta história foi surpreendente, já que tempos depois, não só Anita se converteu ao espiritismo, mas a própria Dona Geralda, inclusive, na condição de médium no Centro Espírita Allan Kardec e, de resto toda a família de Dona Geralda, acabou convertendo-se ao espiritismo.

Lurdinha relatou que desde os primeiros contatos se identificara com o espiritismo kardecista e que Ildefonso Ribeiro, seu cunhado e professor na Escola Rural Mista de São Lourenço, casado com Maria Senhora -  irmã de Lurdinha -, teve papel  decisivo na sua opção pelo espiritismo kardecista. ldefonso Ribeiro afirmou Lurdinha era uma pessoa muito determinada e organizada no desempenho de suas atividades, tanto a frente da escola, quanto do Centro Espírita Allan Kardec. 

Lurdinha quando se tornou espírita kardecista era uma pré-adolescente e assumiu, precocemente, uma grande responsabilidade, a de evangelizadora no Centro Espírita Allan Kardec. Para dar conta de tamanha responsabilidade dedicou-se intensamente às leituras e estudos das obras espíritas e participou de vários cursos, sob a orientação, claro, de Ildefonso Ribeiro.  Estudos submetidos a uma rigorosa disciplina e avaliações formais (provas escritas) com o objetivo de que o aprendizado fosse maximizado. 

Lurdinha revelou que, nos anos 1960, participou de muitos eventos promovidos pelo movimento espírita em Dourados, alguns deles, na Casa Espírita Amor e Caridade, cujos custos com ornamentos, vestimentas e deslocamentos necessários eram bancados, em alguns momentols, com muito sacrifício, por Ildefonso Ribeiro. Para ele – afirmou Lurdinha - o que importava era que eu me tornasse uma evangelizadora bem qualificada.”

Por outro lado, Lurdinha e Luís Carlos se conheceram e se tornaram namorados, namoro que resultou em casamento, numa condição de cumplicidade religiosa, qual seja, a de espíritas e frequentadores do Centro Espírita Allan Kardec.  Mais tarde mudaram-se para Dourados e passaram a frequentar o Centro Espírita Amor e Caridade, no qual, estiveram organicamente vinculados por cerca de 20 anos. Atualmente o casal frequenta a Casa Espírita Emanuel.  

Curiosidade: ao Luís as pessoas se referem chamando-o de Luísão e a Lurdes, de Lurdinha. Um no aumentativo e outro no diminutivo.
Na próxima postagem falarei sobre o Centro Espírita fundado pela Lurdinha em Caracol.
Observação: estas informações me foram passadas em 2017 pelo Luisão e pela Lurdinha.

Nesta foto, da esquerda para a direita,
a Lurdinha é a 2ª pessoa e o Luisão, a 3ª pessoa

Nesta foto temos a Família Ribeiro, a partir de José Ribeiro. filhos, esposa e netos.

Assim era o lavrador

Nos anos 1960, 1970 e 1980, quem exercia as atividades agrícolas era denominado de lavrador. Naquele período quase todas as atividades agríc...