domingo, 29 de dezembro de 2019

PAULINHO, O ANIVERSARIANTE

 Paulo César Gabriel da Silva  - popular Paulinho, aniversariante do dia. Por coincidência, ele e o pai - Epifânio Ribeiro da Silva, nasceram no mesmo dia. A você Paulinho, parabéns, e continue dando muitas pedaladas na vida e pela vida.
Aliás, a escolha do nome Paulo César, foi uma homenagem que Eu, o Alberto e Epifânio Ribeiro, fizemos ao jogador do Botafogo na época, o Paulo César Caju.
Esta pedalada nós a fizemos em janeiro de 2017, saímos de Dourados, pela manhã e retornamos a tarde, passando por Nova América.


Aqui somos nós, entrada de
 São Lourenço, vindo de Dourados-Liberal-São Lourenço

O Paulinho, atualmente lidera um grupo de ciclistas, denominado Bike Terapia. Que você possa comemorar muitos aniversários, mano, pedalando.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

VISITAS


Eu e o Alberto no último dia 26, visitamos vários dos nossos parentes, residentes em Dourados, e que são membros da Família Ribeiro. Veja os vídeos acessando o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=ft3sCA20rlM
Produzimos estes três vídeos, registrando momentos tão especiais. Que bom sermos recebidos tão bem pelos parentes. Nada pode ser mais gratificante.

UM DIA MUITO ESPECIAL


Ontem, dia 26 de Dezembro de 2019, um dia pra lá de especial, haja vista que eu e o mano (o Alberto), estivemos visitando, diversos primos. Um dia para não ser esquecido, em verdade,momentos que contribuíram para a manutenção dos laços afetivos e decorrentes de sermos parentes. Laços, diga-se de passagem, cimentados ainda no espírito de cumplicidade de quando morávamos no Velho e Saudoso São Lourenço. Pra não ficar só no disse que disse, aí vão as imagens, lembrando que uma imagem vale  mil palavras, multiplicando por todas imagens, são palavras para dar com pau.


Nesta foto temos em pé da esquerda para a direita:
Márcia, Bruna (a cuidadora do Tio Antônio), Enio, Alberto; sentados (Josefa e Antônio). Momentos de muitas emoções.

 Aqui a curtição foi virtual, já que não estivemos em Campo Grande, todavia, vermos os três porquinhos juntos... digo os três primos do tronco familiar Ribeiro e Morais (José Arimatea, Miqueias e Zé Carlos), os quais, aproveitaram para visitar neste natal a guerreira e símbolo sem igual na Família Ribeiro (Maria Ribeiro Moraes).

Aqui eu e o mano conseguimos encontrar na casa da Leocádia, nada mais, nada menos do que, Manoel Renato, Luís Carlos, Gilberto, Ribeiro e a Elísia, que por uma falha técnica não apareceu na foto. Aqui a conversa rolou regada a cerveja.

 E aqui o Miqueias e Maria Ribeiro Moraes.




quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

EDILSON, O PRIMO REBELDE

 No começo da década de 1970, teve início a migração dos camponeses de São Lourenço para Dourados. Todavia, a migração se deu da seguinte forma: 
a) apenas alguns membros de cada família migraram, permanecendo outros membros destas no São Lourenço; 
b) uma parte dos que migraram vieram pra trabalhar como empregada no comércio douradense; 
c) e outra parcela veio para estudar, quase todos, na Escola Estadual Presidente Vargas.
Todavia, nos finais de semana, tanto os que vieram para trabalhar, como àqueles que vieram para estudar,  iam até o São Lourenço, curtirem os finais de semana junto com suas respectivas famílias, namoradas e namorados.
Algumas vezes, as pessoas que desembarcaram dos ônibus  tiveram que percorrer cerca de 13 quilômetros a pé e, desta forma, chegarem ao São Lourenço, dentre eles, alguns membros pertencentes a Família Ribeiro.
Pois bem, e num destes finais de semana, coincidentemente, o Tio Dé, veio com a Kombi de propriedade de Augusto Ribeiro para Dourados. Coincidentemente o Tio veio num sábado. Eu vim junto com o Tio Dé nesta Kombi. Chegando a Dourados caí na besteira de dizer para o Edilson que retornaríamos a tarde, deste sábado ao São Lourenço. E o Edilson, então disse  "diga para o Tio Dé esperar eu sair do serviço, o que deve ocorrer por volta do meio dia já que hoje é um sábado". Eu prontamente dei o recado.
Mas ocorreu que o relógio registrava meio dia, e nada do Edilson aparecer. Sucessivamente 13 horas, 14 hs e nada do Edilson aparecer. Aliás, o Edilson era o cúmulo da paciência, não tinha pressa para nada.
Me lembro que o Tio Dé, já bastante irritado disse "Enio onde você estava com a cabeça quando foi dizer ao Edilson que retornaríamos, hoje ao São Lourenço"? Parece que você não o conhece!!! Aquele lá, tem uma paciência de Jó!!!!Fiquei todo sem graça. Bem depois do previsto, eis que Edilson chegou, extremamente tranquilo, como nada tivesse acontecido. Finalmente, iniciamos a viagem de retorno ao São Lourenço.
O Edilson Daniel, apelidado de fininho, exatamente por ser muito magro, desconhecia a palavra  PRESSA, Satiê. 

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

OS NAMOROS NO SÃO LOURENÇO

No São Lourenço, final dos anos 1960 e até meados da década 1970, uma cena interessante permanece em minha memória, qual seja, o desfile dos casais de namorados, normalmente, após o término da reunião da mocidade espírita no Centro Espírita Allan Kardec.
Naqueles tempos, raramente, alguma família tinha um carro. Até mesmo uma bicicleta não era coisa fácil. Sendo assim, os casais de namorados se curtiam, fazendo os seus passeios a pé. O interessante é que os casais ficavam atrás e distantes uns dos outros cerca de 50 a 100 metros. Desfilavam abraçadinhos e fazendo mil juras de amor. Dentre eles, muitos eram primos. Até porque naquela quadra histórica, as pessoas namoravam com as pessoas do mesmo lugar, já que não havia internet e viajar era coisa rara. Namora virtual, nem pensar. Sendo assim, rapazes e moças, acabavam namorando gente do mesmo lugar e quase sempre eram primos e primas, dentre eles, os Ribeiros.  

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

SOBRE A FAMÍLIA MORAES



Meu amigo Miqueias, você que muito brevemente virá a Dourados, recorrendo a gaveta do tempo, relatarei um pouco de fatos ocorridos, envolvendo as Famílias Ribeiro e  Moraes. Sendo  a Família Moraes, nos anos 1970,praticamente todos fiéis da Igreja Testemunha de Jeová e a Família Ribeiro em São Lourenço, grande parte do espiritismo kardecista, algumas coisas interessantes, aconteceram.
Por exemplo, tínhamos o hábito de pedir a benção aos pais ao irmos dormir ou ao acordarmos. E para os tios e avós sempre que o encontrássemos. Ao passo que os Testemunhas de Jeová, não tem esse hábito. Tal situação, não raro provocava alguns constrangimentos. Se encontrássemos vários tios juntos e a Tia Maria e o Tio Moraes estivessem presentes, tínhamos que pedir a benção aos demais tios e pra eles não. E quando pedíamos, a Tia Maria, fazia de desentendida ou que não tinha ouvido.
Também ao matar uma galinha, os Testemunhas de Jeová, a degolam para não ingerirem o sangue do animal abatido. Já os demais Ribeiros, não tinham este hábito. 
Também fui morar em Campo Grande, e, morei na casa de vocês de 1976 a 1978. Me lembro que o Tio Moraes, acordava, por volta dás cinco horas da manhã, e colocava as músicas da Igreja bem alto e, no momento do café, antes de começarmos a saboreá-lo, era feita uma oração e a leitura do anuário. 
Eu, muitas e muitas vezes, fiz a interpretação da mensagem lida. Ainda bem que era relativamente bom nesta tarefa. E agora, confesso, aos domingos, por volta das 14:00 hs, havia os cultos na igreja do Jardim Santo Amaro. A Tia Maria me convidava,com carinho mais firme. Não poucos vezes,saía por volta das 13 hs, como forma de faltar a tal compromisso.
Me lembro qu a Edna, destoava dos demais membros da Família, ela não se enquadrava as regras da Igreja Testemunha de Jeová. A Tia Maria,as vezes demonstrava tristeza com a atitude da Edna, porém, sempre discordou com muita elegância e dignidade. 

sábado, 21 de dezembro de 2019

O PCB E OS RIBEIROS

Grande parte dos filhos de Augusto Ribeiro nutriam simpatia por Brizola e também pelo Partido Comunista Brasileiro, o Partidão. Esta  simpatia demonstrada, em conversas que tive com alguns primos, me foram apresentadas as seguintes explicações, se devem, em especial ao Tio José, haja vista que ele, nos anos 1940 trabalhou na fábrica Arno, portanto, foi um operário. No meio operário, no período citado, a discussão sobre o socialismo era muito comum. Os trabalhadores do muito inteiro, inclusive, no Brasil, acompanhavam, da forma que era possível, a experiência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
O Tio José participava no movimento sindical e anos depois, no Estado do Paraná, se filiou a um Partido, se não estou errado ao PTB, tendo sido vereador. O PTB -Partido Trabalhista Brasileiro, foi criado por Getúlio Vargas, e posteriormente, Brizola se tornou o grande líder deste Partido. Um partido que assumia algumas propostas que coincidiam com as defendidas pelo PCB.
Entre os tios, o Tio Celso, era o mais brizolista. Nas conversas sobre política, o Tio Celso, de vez em quando, dizia,  se precisar eu estou disposto a pegar a minha cartucheira e fazer a luta. Quanto ao Tio José, nos anos 1980, foi militante do Partido Comunista Brasileiro em Dourados e, eu também, e tive uma grande influência para esta decisão do Tio José. Quando criança em São Lourenço, li vários livros de Jorge Amado, de propriedade do Tio José, onde as narrativas feitas por este escritor abordavam o papel desempenhado pelo PCB.
Todavia, atribuir somente ao Tio José, tais influências, é simplificar demais a explicação. Em verdade o contexto político e econômico brasileiro é a principal causa. 
Com a implantação da ditadura militar, em 1964, a Família Ribeiro, por pouco, muito pouco mesmo, não foi visitada pelos forças repressoras. Tudo porque o Tio José era assinante do Jornal do Onze, uma organização política criada por Leonel Brizola. Os agentes da ditadura diziam que esta organização era de orientação comunista, uma grande mentira.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

O SÃO LOURENÇO, OS RIBEIROS E O ESPIRITISMO KARDECISTA

Queridos primos aqui vocês terão acesso a alguns vídeos feitos com o Tio Antônio, graças a uma entrevista feita pela minha irmã, a  Alcione Gabriel, no dia 29/01/2017. Uma preciosidade, aproveitem. Um relato e tanto sobre o movimento espirita kardecista em São Lourenço, envolvendo, os Ribeiros, mas não só, já que nestes vídeos o Tio se refere a Antônio Costa, João Felício, Luisinho de Paula, José Moreno, dentre outros. Também tem um 5º video gravado pela Elísia e a Leocádia, em que o Tio deu um show cultural: 
a) https://www.youtube.com/watch?v=Mc5Z6VmFe9U;
b) https://www.youtube.com/watch?v=4RdqlC7sJgI;
c)https://www.youtube.com/watch?v=MnysULUi09w;
d)https://www.youtube.com/watch?v=MFj_EHyv6Qk;
e)https://www.youtube.com/watch?v=vE6EHtNjKOw

E tinha que ser com a Mana, haja visto que o Tio, todos os domingos, até o 07 de setembro de 2017, quando sofreu o acidente, ia ter uma prosa com a Alcione e o Baenas. Aliás,  no dia do acidente, ele estava indo exatamente para a casa da Alcione. Este afinidade tão grande com a Alcione, tem como explicação, exatamente a cumplicidade de ambos na participação no movimento espírita em Dourados. 
A propósito, aproveitando a deixa, deixo aqui um outro link para acessar um vídeo relacionado aos Ribeiros: 
https://www.youtube.com/watch?v=Y0Z3nAmxEWY

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O USO DE HERBICIDAS, UM TRABALHO PENOSO

Olá!!! Neste blog já fiz postagens dando conta da escassez de mão de obra verificada em São Lourenço, nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Por isto mesmo, os Ribeiros tiveram que recorrer a diversas modalidades de mão de obra, visando o desbravamento daquelas terras e levarem adiante suas atividades econômicas que, durante um bom tempo, teve como carro chefe o plantio de arroz. Os Ribeiros plantavam também feijão, milho, amendoim, trigo, etc. Mas, economicamente, o arroz era o principal produto.
Pois bem, a capinagem nos arrozais, em São Lourenço, por estes serem cultivados nas várzeas, era mais penosa realizá-la. Todavia, com a chegada da revolução verde, qual seja, uma agricultura que passou gradativamente a valer-se da mecanização, da pesquisa, fertilizantes químicos e herbicidas, em São Lourenço, a falta de mão de obra para a capinagem foi relativamente resolvida, recorrendo-se aos herbicidas.
Me lembro do meu pai, com uma bomba de passar veneno nas costas, cuja capacidade era de 20 litros, embrenhar-se nas plantações de arroz, em meio à várzea. Interessante é que, ele, represava as águas nas valetas, como estratégia para irrigar os arrozais, e água acabava ficando acima do solo, cerca de 10 centímetros.
Pois bem, e ele, máquina nas costas, botas de borracha, marca Sete Léguas, um chapéu enorme na cabeça, inúmeras vezes passou   veneno para matar as ervas daninhas. Dava dó de vê-lo, em alguns momentos, neste penoso trabalho, no qual, as vezes, atolava na várzea. Mas ele era teimoso, e na opinião e  na raça, varava o dia. 
Narrei aqui fatos ocorridos com o meu pai, todavia, os demais camponeses também aderiram ao uso dos agrotóxicos. E com efeito, dois ou 03 dias depois, as erva daninhas se apresentavam murchas, algumas secas.
Porém, refletindo sobre aquele período histórico, fico a pensar, sobre os problemas de saúde causados pelos agrotóxicos, inclusive, para a pessoa que fazia a pulverização. Danos sobre os quais,os camponeses pouca informação tinham. E posso dizer, o jogo era bruto, passar veneno nos arrozais, era um grande desafio e muito arriscado para os lavradores. Não desistiam porque eram muito determinados, e, cá entre nós, foi na base do vai ou racha.
Mas, vi o meu pai, muitas vezes acabrunhado, dores nas costas e outras dores, certamente, provocadas pelo contato com os venenos. 
Botas Sete Léguas


Um dos modelos de chapéu utilizado.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

COMO FOMOS PARAR EM SÃO LOURENÇO

Relendo o livro escrito por Ildefonso Ribeiro (o Tio Dé), RETRATO DE UM SONHO, me deparei com o seguinte texto,página 22, parágrafo 5º, um relato sobre o estado de espírito de Augusto Ribeiro (meu avô), quando tomou a decisão de vir para o então Mato Grosso. Fiz questão de transcrevê-lo na íntegra : "não estava satisfeito no Estado do Paraná. A lojinha de tecidos no Patrimônio Ãngulo andava muito devagar...Ouviu dizer que estavam colonizando a região de Dourados, no Mato Grosso. Ali já se encontravam seu cunhado Antônio Ferreira e, mais um grande número de parentes e amigos naturais de Exu e Cana-Brava".
Com efeito, na década de 1940, o Presidente da República,Getúlio Vargas deu início ao movimento denominado de  expansão para o Oeste Brasileiro. Este movimento, dentre as várias explicações, apresentadas se deveu a dois fatores: 
a)  acalmar a luta que estava já bastante intensa e conflituosa, no Centro-Sul do Brasil,  sustentada pela sociedade brasileira, para a qual, a reforma  agrária não podia ser adiada; 
b) manter a integridade territorial brasileira, o que estava a exigir, uma nova geopolítica para a região de fronteira e desta forma evitar o dissabor de países como o Paraguai e a Bolívia,  subtraírem parte do nosso território.
É nesse contexto que deve ser entendida a implantação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND),e, para a qual, vieram goianos, mineiros, paraguaios, japoneses e principalmente, nordestinos. A CAND, serviu pois, a dois objetivos, minimizar os conflitos pela reforma agrária no Centro-Sul do Brasil e preservar nossas fronteiras.
Monumento erguido em Dourados, 
em 1992, em homenagem aos colonos que foram 
assentados na Colônia Agrícola de Dourados.
Infelizmente, dentre tantas injustiças cometidas contra os colonos, a sociedade douradense, não contente, resolveu denominar este monumento de "Mão do Braz". Embora, não seja, esta intenção é como se dissesse, "colonos não estamos nem aí pra vocês."

Pois bem, é neste contexto que devemos entender a vinda para a região da Grande Dourados, inclusive, no nosso querido e saudoso São Lourenço de uma grande leva de nordestinos. E aqui é o ponto, haja vista que, a Família Ribeiro, tendo como líder Augusto Ribeiro e Pulcina Ferreira foram atraídos para esta região. 

Augusto Ribeiro e Pulcina Ferreira

O mesmo digo  pelo lado de minha família materna, qual seja, dos meus avós, Maria Rosa de Oliveira (Maria Baiana) Luis Antônio de Oliveira (Luís Baiano), veja foto abaixo. As duas famílias com suas origens no Nordeste Brasileiro.


Maria Baiana e Luis Baiano

É verdade que não foram assentados na CAND, todavia, a narrativa do Tio Dé, me leva a concluir que a vinda destas  famílias: Ribeiro, Oliveira, bem como a dos Lopes, Barcelo, Bernal, Bispos, etc, se atentarmos para a expressão já referida no início desta postagem: "ouviu dizer que estavam colonizando Dourados" tem relação direta com a CAND. Se a CAND não tivesse sido instalada, "esse ouviu dizer" com certeza não teria ocorrido.
`Pois bem, neste contexto, e apropriando-me das valiosas informações postadas no grupo de watsapp, São Lourenço dos Ribeiros, pela Eunice Daniel, Augusto Daniel, Marina Ribeiro e Paulo Gabriel (Paulinho), dando conta de que Augusto Ribeiro e os filhos, exceto, Celso Ribeiro, exerciam as seguintes atividades : alfaiate, comerciante e juiz de paz,  no período que Augusto Ribeiro veio se estabelecer, primeiramente na Colônia Agrícola Municipal de Dourados (atualmente Itaporâ)  em Montese, onde permaneceu por apenas seis meses e depois rumou para São Lourenço de que, os Ribeiros, tiveram que fazer sim, um grande aprendizado nas atividades agrárias que passaram a desenvolver em São Lourenço. 
Observaçao: a Colônia  Agrícola Municipal de Dourados foi implantada em 1923 (atualmente Itaporã) que, aliás, teve pouco sucesso e não deve ser Confundida com a Colônia Agrícola Nacional de Dourados, esta sim, bem sucedida que abrange toda a Região da Grande Dourados, mas nos anos 1940 correspondia a todo o território douradense.  

De acordo com o relato do Tio Dé,  a vinda da Família Ribeiro para Mato Grosso teve início no dia 12 de Janeiro de 1954, e aí já respondendo, a uma curiosidade do primo, Argemiro Ribeiro, posso afirmar que a chegada da Família Ribeiro ao São Lourenço tenha se dado provavelmente no mês de Julho ou Agosto de 1954.
Outro detalhe que acho oportuno frisar, embora o Tio Dé, em sua narrativa tenha dito que em períodos anteriores, Augusto Ribeiro tenha trabalhado na lavoura, é importante lembrar que as práticas agrícolas verificadas no Nordeste, eram muito diferentes das estabelecidas em São Lourenço.
Por isso, sou levado a crer que em São Lourenço, com base nos relatos dos primos relacionados (Augusto Daniel, Eunice Daniel, Marina Ribeiro e  o mano Paulinho) que a Família Ribeiro passou por um aprendizado sobre as práticas agrícolas aqui no Mato Grosso, diga-se de passagem, bastante penoso, até porque os recursos eram parcos, a mão de obra escassa e desqualificada.
Aliás. para corroborar esta argumentação, quero lembrar que, na Colônia Agrícola Nacional de Dourados, foram assentadas 10.000 famílias, das quais,  1.000 famílias eram japonesas, um acordo feito pelo governo brasileiro com o governo do Japão, País que saiu arrasada da 2ª Guerra Mundial, todavia, com larga experiência em práticas agrícolas, especialmente a pequena agricultura familiar, o que era o casa da Colônia. Veja o neste link o mapa da CAND https:www.google.com/search?q=colonia+agr%C3%ADcola+nacional+de+dourados&sxsrf=ACYBGNS4_lnJ9RQOKcUGNsDymxm7v19iJA:1576261093524&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj-1bWUnrPmAhVhHLkGHS46BwMQ_AUoA3oECAwQBQ&biw=1366&bih=657#imgrc=CfSYYDQBqSkNvM:
 O acordo foi feito porque o governo brasileiro esperava e foi o que realmente aconteceu que, as famílias japonesas desempenhassem o papel de professoras de práticas agrícolas aos demais colonos. 
Ou seja, isto demonstra que, apesar dos milhares de nordestinos que vieram para mesma, os conhecimentos sobre as práticas agrícolas dos nordestinos não eram adequadas para a Colônia. Por extensão, resulta que a  Família Ribeiro teve sim que realizar um difícil aprendizado sobre as práticas agrícolas, sendo que o Tio José, se destacou, não por ser melhor que os outros. Ele também estava passando por um aprendizado, todavia, se diferenciava dos demais, por conta  um detalhe, qual seja,  conceber a agricultura não só como atividade econômica, mas também como uma atividade onde o agricultor poderia praticá-la, se portando pois, também como um artista e onde objetivos estéticos também deveriam ser buscados. Os demais irmãos, até onde eu sei, não tinham esta preocupação.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

DESPEDIDA



Este poema, de autoria de Augusto Ribeiro, é revelador do seu apreço pelo Nordeste, aliás traço marcante dos imigrantes nordestinos, os quais, sempre alimentam o sonho de um dia, para o Nordeste, voltarem. Revela o quanto o espiritismo kardecista calou fundo na alma de Augusto Ribeiro. E finalmente, o quanto, ele amava o São Lourenço.


Casal: Pulcina Ferreira e Augusto Ribeiro,
 em 1954, ousadamente, somando-se a outras heróicas famílias (Lopes, Oliveira, Ferreira, Bernal e outras) empreenderam o nada fácil desafio de desbravarem o São Lourenço,
 um sertão1, escrevendo uma linda e apaixonante história.

[1] O termo sertão aqui foi apropriado em conformidade com a definição adotada por Caroline Faria, segundo a qual, sertão, no período colonial brasileiro, designava as terras ainda não exploradas no interior do país, pouco habitadas, de difícil acesso e pouco desenvolvidas. Caroline Faria Graduanda em Gestão Ambiental. Centro Universitário do Sul de Minas, UNIS/MG - 2008. Universidade Federal Fluminense, UFF.



DESPEDIDA

Adeus, meu São Lourenço.

Terra do Nosso Senhor

Vou embora com saudade

Sabendo para onde vou

Agradeço a Jesus Cristo

A vida que já passou.

Adeus, meu Centro Espírita.

Com o nome de Allan Kardec.

Eu vou partindo daqui

Lembrando o que ficou

Não quero ver no caminho

As pedras que alguém jogou.

Novo Exu é minha terra

É o meu torrão natal

Recanto onde eu nasci

Por muitas terras andei

De lá nunca esqueci.

Sou filho de Pernambuco

Estado forte e guerreiro

Vivo agora em Mato Grosso

Outro estado brasileiro.

Agradeço a Jesus Cristo

Nosso mestre verdadeiro

Adeus, meus filhos que ficam.

Despeço-me com tristeza

Porque preciso partir

Sou obrigado a chorar

Pois não aprendi fingir.

Já me sinto velho

Minha visão terminou

E não posso fazer nada

Rogo a Deus, Nosso Pai,

Terminar minha jornada.

Vou morar em Nova América

Município de Caarapó

Lugar de muita conversa

De fuxico e muito pó

Só me sinto mais tranquilo

Porque não vou viver só

Minha vida desbotou.

Augusto Ribeiro da Silva



quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

AS PLANTAÇÕES DE ARROZ, EM SÃO LOURENCO


Esse é o Tio José.


Registro do Tio José e Família na lida
 nas atividades  agrícolas desenvolvidas  em São Lourenço


Trator Masseyfergusson 50 X, adquirido
  financiado pelo Tio José.
São Lourenço, década de 1970.

Observação: este trator até hoje está na lida, não mais em São Lourenço, mas em Caracol, fazenda de um dos filhos do Tio José, o Manoel Renato. 

Estendendo-me, um pouco mais, sobre o plantio de arroz, em São Lourenço entre as décadas de 1950 a 1970, farei relatos que podem ajudá-lo melhor, amigo internauta, compreender um pouco mais sobre a prática da rizicultura por aquelas bandas.
Para iniciar a nossa conversa, uma das informações é sobre as variedades (cultivares) utilizadas, a saber: arroz bico preto, arroz 120, arroz Santa América (também denominado pelos camponeses em São Lourenço de: arroz de três meses - tempo que demandava do plantio até a colheita - e amarelão, por razões óbvias, a sua coloração extremamente amarelada e, finalmente a variedade de  arroz, denominada 1246.
Sobre o amarelão, a grande queixa dos camponeses é que quando estava em processo de maturação, os grãos se desprendiam num percentual muito alto, muito antes da colheita, com isso, caía muito o volume a ser colhido, resultando em grandes prejuízos para os agricultores; já o arroz 120 crescia demais, e, em caso de ventos fortes, ele era aterrizado, dificultando a colheita, sem falar que os camponeses ficavam mais expostos aos ataques das cobras, comumente, encontradas em meio aos arrozais, e estando caído, mais difícil se tornava visualizar as serpentes; já o arroz 1246, não tenho plena certeza, mas acredito que resultou de um melhoramento genético, tornando-o mais resistente as secas. Internautas, se eu estiver errado nas informações que estou veiculando, me corrijam, contrapondo os seus esclarecimentos, na forma de comentários, no espaço correspondente para os mesmos. O objetivo é interagir pra valer. 
Outro drama, as plantações de arroz eram feitas nas várzeas - popularmente denominadas em São Lourenço de pururuca, verdadeiros pântanos, sendo necessária para agricultá-las proceder, previamente, a drenagem das mesmas, pois desta forma poderia serem aradas, fazendo-uso, primeiramente de animais (cavalos), já que a mecanização chegou bem depois em São Lourenço, pra ser mais exato, a partir do final da década de 1960. 
Lá os camponeses, sem exceção, adquiriram os micro tratores da marca Iseky (trator japonês) e o motor Yanmar. Mesmo depois de drenadas as referidas várzeas, necessário se fazia utilizar rodas de ferro ao invés de pneus para que os tratorzinhos não atolassem.
Estas valetas em conversa com o Luis Carlos, ele me informou que o Tio José, fez escola em São Lourenço. Para o Tio, as valetas tinham ser abertas retilineamente, ainda  que obstáculos tivessem que ser removidos, especialmente as pedreiras, que não raro eram encontradas. Outro capricho do Tio José as ruas das plantações deveriam primar pela beleza, isto é, serem obras de arte. A semeadura deveria ser feita de forma que as ruas ficassem 100% retinhas. Para tanto, o sistema utilizado para o plantio era ao invés de utilizar-se balizas para o alinhamento,  utilizava-se um  arame amarrados à estacas em suas duas extremidades, e o plantio era feito por dois plantadores, em sentidos opostos, pois desta forma, ao chegarem ao final da rua, cada um numa das extremidades do arame, moviam as estacas para balizarem a próxima rua, esticando o arame. Lembrando que os plantadores  utilizavam máquinas manuais - populares matracas -, para efetuarem a semeadura, bastava tão somente seguirem o arame. Também o Tio exigia que os plantadores utilizassem espaçadores e não o golpe de vista para que as ruas ficassem distantes umas das outras na mesma bitola.
Desnecessário dizer que o efeito  estético era encantador. O Tio José concebia a prática agrícola não só como uma atividade que busca tão somente o lucro, mas, a entendia como sendo também uma obra de arte. E não é que ele fez escola. Em São Lourenço a maioria dos camponeses aderiram ao método adotado pelo Tio José.


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A MÃO DE OBRA INDÍGENA NO DESBRAVAMENTO DE SÃO LOURENÇO

Em São Lourenço, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, a escassez de mão de obra se revelou um grande problema. As terras, todas por serem desbravadas e para agravar a situação, os camponeses estavam descapitalizados. Diante da escassez  de trabalhadores, os camponeses em São Lourenço, recorreram a diversas modalidades de mão de obra: indígenas, peões, arrendatários e empreiteiros. 
Na presente postagem relatarei um pouco sobre a mão de obra indígena. No período histórico descrito, quem quisesse contratar um indígena para trabalhar, deveria se dirigir ao Serviço de Proteção ao Índio (SPI) - órgão similar a  FUNAI.
 Em Caarapó a agência do SPI, localizava-se entre a cidade de Caarapó e o Distrito de Nova América. 
A contratação da mão de obra indígena exigia uma conversa com o capitão, com o qual era acertado o valor a ser pago ao trabalhador indígena, no caso em questão,  o valor das diárias. E se não me falha a memória, o pagamento não era feito ao trabalhador indígena, mas sim ao próprio  capitão.
Além do problema citado no parágrafo anterior, outros se apresentaram: 
a) nos finais de semana, os trabalhadores indígenas voltavam para o aldeia. Geralmente vinham à pé, percorrendo cerda de 30 km. Com este retorno semanal dos trabalhadores indígenas a aldeia, a conversa com o capitão tinha que ser feita semanalmente; 
b) a mão de obra não era tão qualificada para trabalhar na capinagem. A Família Ribeiro e as demais famílias, a saber: Costas, Oliveira, Ferreira e outras, queixavam-se  de que ao fazerem a capinagem, o que era feito utilizando enxadas, os trabalhadores indígenas,  capinavam também, num percentual muito elevado as plantações, via de regra,  plantações de arroz. Embora, numa capinagem, é natural que tal fenômeno se verifique, com os indígenas percentual apresentado era muito maior do que o apresentado pela mão de obra não indígena, o que se explica pelo fato de os indígenas até  via de regra, não agricultarem a terra, e sim, eram tradicionalmente extrativistas.  
c) os trabalhadores indígenas gostavam de beber cachaça. E os seus contratantes, inclusive, os Ribeiros, forneciam a  eles a desejada e malvada cachaça. Aliás, o discursos eram de que eles rendiam mais quando consumiam pinga.
Sendo bem objetivo em minha análise, apesar do elevado grau de humanismo da Família Ribeiro - este grau elevado deve ser compreendido dentro do contexto social experimentado por São Lourenço, no período analisado -, a constatação a que cheguei é a de que fomos sim, em boa medida, cruéis para com os indígenas. Importou muito mais os resultados do que o trato humanizado para como os indígenas. 
Outra constatação, sem a contribuição da mão de obra indígena, não teríamos  conseguido desbravado o São Lourenço, até porque, na quadra histórica descrita, todo o trabalho era feito manualmente, isto é, como se dizia lá, por trabalhadores braçais. A mecanização teve início no final dos anos 60 e início dos anos 70.
Plantação de arroz cacheado (dando cachos);

Observação: Em São Lourenço, as plantações de arroz eram feitas em várzeas, os camponeses, não a chamavam de várzeas e sim de pururuca. 


segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

SEO PASCOAL, FAZER PRESEPADA ERA UMA DE SUAS MARCAS

Lá em São Lourenço, havia um fazendeiro, o Senhor Pascoal, diga-se de passagem bastante extravagante. Ele tinha uma caminhonete Ford 1000, na qual, andava sempre em alta velocidade. Muitas e muitas vezes, os camponeses em São Lourenço pegavam uma carona com ele. O seu Pascoal andava sempre com uma garrafa de cachaça nesta caminhonete e, vez por outra, tomava uma bom gole. Uma gracinha que ele fazia ao cruzar sobre a ponte do Rio Dourados, ligando Dourados a Caarapó, atualmente Rodovia  BR-163 - naquele período histórico, 1960 e 1970, não era denominada de rodovia e sim de reta -  a gracinha era, nada mais, nada menos do que, no momento que estava sobre a ponte, tirar as duas mãos do volante e entornar uma garrafa de pinga. Imaginem  o frio que dava  espinha da gente, em pensar que a caminhonete poderia descarrilhar e se projetar sobre o leito do Rio Dourados.
      


domingo, 8 de dezembro de 2019

CURIOSIDADE: PAQUETE = MENSTRUAÇÃO

Em São Lourenço, os camponeses quando queriam dizer que uma mulher estava menstruada, o termo utilizado é ela está de paquete. Procurei no dicionário informal e encontrei a origem do termo, ei-lo: https://www.dicionarioinformal.com.br/estar+de+paquete/.
Também diziam que para saber se uma mulher  estava menstruada, bastava observar se o rosto dela estava rosado. 
Agora, não sei dizer, se estas conversas que ouvi, os homens faziam só entre eles, ou também a faziam com as mulheres, ou seja, uma terminologia apenas utilizada nos grupos de bolinhas. Quem souber poder complementar a informação. Digo isso porque nos anos 1960 e 1970 e 1980, a sociedade era muita conservadora, e certas conversas, só rolavam entre os homens ou entre as mulheres.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

NOSSO VÍNCULO MAIOR ERA COM SÃO PAULO

Mas uma vez recorrendo a Gaveta do Tempo - título de um dos livros publicados pelo meu Tio Ildefonso Ribeiro -, nesta postagem,  apelando para a minha memória, o relato retrocede aos anos 1960, 1970 até 1979, quando foi instalado o Estado de Mato Grosso do Sul. 
Nós, camponeses, residentes em São Lourenço, não nos identificávamos e nem tínhamos o sentimento de pertencimento ao Estado de Mato Grosso, razão pela qual, quando alguém em São Lourenço, dizia que determinado pessoa tinha ido para a capital, o que vinha a nossa mente era de que esta tinha ido para São Paulo e não para Cuiabá.
Este comportamento se justifica porque fomos colonizados pelos paulistas, sendo assim, culturalmente estávamos muito mais vinculados à São Paulo do que ao Mato Grosso. Para saber um pouco acesse o este linkhttp://www.secc.ms.gov.br/criados-a-caneta-contornos-de-mato-grosso-do-sul-carregam-historia-de-luta-cultura-e-sonhos/

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

OS CAMPONESES E AS CORUJAS EM SÃO LOURENÇO

De volta ao passado, tirei mais esta lembrança do fundo do baú, qual seja, o olhar dos camponeses em São Lourenço para com a coruja. Se uma coruja aparecesse na casa de alguém, o desespero era grande. Se entrasse na casa do camponês, era o apocalipse. 
Os camponeses faziam o sinal da cruz, se benziam e diziam cruz credo, esse bicho traz azar. Muitos durante aquele dia, ficavam encabulados,  acreditando que uma coisa ruím estava prestes a acontecer. Tudo bobagem.
As origens de tais crendices, você amigo internauta pode ver no link no link em destaque a seguir http://www.avesderapinabrasil.com/materias/corujas_crendices.htm.
Eu, era um daqueles que embora não desse muito crédito, em alguma medida não levava a sério tais crendices, e, confesso tinha um certo receio delas. 
Inclusive, por conta dessas crendices achava a coruja um animal feio. Atualmente, o meu olhar em relação as corujas é outro. Eu as acho  muito bonitas, e, sendo professor, o meu olhar acabou por ser de maior admiração para com este animal , já que elas pra mim ao invés de azar simbolizam o conhecimento.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

SAPOS, QUANTA BRUTALIDADE!!!!

Lá em São Lourenço, quando um sapo aparecia nas portas das casas ou dentro delas, a primeira coisa que nós, os camponeses, fazíamos era jogar sal nas costas do bichinho. O bichinho saia pulando desesperadamente e acabava por morrer, e em profunda agonia. Hoje, me pergunto, porque éramos tão insensíveis? Como explicar tal atitude contra um animal que não nos faz nenhum mal? Pelo contrário o sapo, come mosquitos e pernilongos, sendo assim, contribui para manter o ambiente equilibrado.

Assim era o lavrador

Nos anos 1960, 1970 e 1980, quem exercia as atividades agrícolas era denominado de lavrador. Naquele período quase todas as atividades agríc...